sábado, abril 24, 2010

Revolução

Como casa limpa
Como chão varrido
Como porta aberta

Como puro início
Como tempo novo
Sem mancha nem vício

Como a voz do mar
Interior de um povo

Como página em branco
Onde o poema emerge

Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação


Sophia de Mello

Nota: Porque amanhã não tenho tempo deixo-vos hoje um poema a lembrar que a cada um de nós pertence a construção de um homem novo...

18 comentários:

  1. Lindo, este poema de Sophia!
    Como ela diz, como tu lembras, nada se faz sem nós! Então, mãos à obra, para obras que valham a pena!
    Obrigada pela partilha!

    Abraço "revolucionário".

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  2. Bem estamos a precisar de muitos homens novos que percebam como governar um país porque as mulheres andam muito ocupadas, a governar a casa ;)

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  3. É afinal o que andamos a tentar fazer há tanto tempo. Continuaremos...

    Um abraço para ti e um cravo Vermelho!

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  4. Poema de força e de esperança. Temos mesmo de ter muita força para levarmos a coisa por diante...

    Porém, 25 de Abril, sempre!

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  5. Amiga,

    Nós contruímos um homem novo.
    O pior são os maus exemplos que alguns menos novos teimam em mostrar-nos mesmo que os repudiemos com todas as forças da nossa razão.

    Um Dia de Abril muito bem celebrado

    PS - A minha Maria deixou-te um beijinho de Felicidade

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  6. Obrigada pelo poema, pela evocação e lembrança de que cabe a cada um de nós fazer a nossa parte.
    Abraço

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  7. Um bom dia, com um cravo:)

    Beijinho, Rosa*

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  8. E aqui estou eu, no abraço fraterno e solidário.
    Beijo de Abril!

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  9. 25 ABRIL SEMPRE

    Havia um sobretudo roto
    e um corta-vento, um esconder
    de um corpo em grades sem asas.
    E um mastigar no ventre do vento,
    a palavra alada.
    (Que a liberdade, essa, estava algemada
    em masmorra hedionda).

    E haviam doridas vontades de elevar raízes,
    de alongar as estradas de todas as tardes,
    em liberdades …

    E Abril chegou.
    Antecipou nos cheiros as rosas de Maio,
    sulcou de vermelho, os cravos das horas.
    Erguidos. Altivos …
    Enfeitaram canos de espingardas.
    (Desnecessárias).

    E dos pássaros-lábios, outrora cerrados,
    brotaram líquidas palavras. Cânticos líricos…
    E dos olhos, em emoção, milhões de lágrimas
    sulcaram faces-margens, sem retenção...
    Lavraram arados as ondas dos dias …

    Semeadas agora, brotam urgentes,
    sementes,
    da Terra quente. Emergem em festa,
    virgens florestas. Dádivas, ofertas …

    Havia um sonho, na véspera do tempo …
    Era dor … lamento …
    Hoje é Liberdade,
    aberta que está a porta da verdade!

    ***
    E porque falar de Zeca Afonso é falar de Liberdade, deixo aqui o meu tributo em forma de poema.

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  10. Feliz Dia da Liberdade.

    um Abraço e um Cravo para ti, Rosa

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  11. "Como a voz do mar
    Interior de um povo"

    "Um tempo novo", uma "página em branco"... E o poema há-de florescer, como as papoilas na Primavera.

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  12. sabia que aqui viria encontar um pouco de abril.
    beijos

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  13. Relativamente à construção de um homem novo... sou relativamente relutante.

    Prefiro um quotidiano diferente...

    Talvez possa alterar mais e não frustrar tanto.

    Quanto à poesia da Sophia, completamente de acordo.
    (Nunca perder a contextualização)

    Bjs

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  14. Uma casa à antiga portuguesa...

    Saudações poéticas

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  15. Caro JPD
    Com todo o respeito acrescento que sem um homem novo não há um novo quotidiano e vice-versa...

    Abraço

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  16. Caro Alberto David
    Obrigada pelo poema!

    Abraço

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  17. Constância!
    Recordar para não esquecer e construir... muito caminho por andar...

    Abraços

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