sábado, janeiro 24, 2009

A Viagem do Elefante


Foi mais um livro que acabei de ler no âmbito do clube de leitura que frequento.
Gosto muito do estilo narrativo de José Saramago, da sua fina ironia, da intertextualidade com que deparamos a cada passo e da maneira como vai modelando as personagens, neste caso o cornaca (condutor e tratador do elefante) sofreu um tratamento muito especial.
Desta vez, sobretudo a partir da passagem por Itália, reforcei a leitura com a consulta de um atlas, para seguir o elefante Salomão, rebaptizado Solimão pelo arquiduque Maximiliano (genro de Carlos V) a quem fora oferecido pelo nosso D. JoãoIII, aquando da estadia do dito arquiduque em Valladolid.
O último Jornal de Letras, Artes e Ideias traz uns artigos muito interessantes sobre Gilda Lopes Enarnação, a leitora de Português na Universidade de Salzburgo, que colocou o nosso Prémio Nobel na pista do elefante.
Nota: e não é que na página 235 surge uma referência à frase introdutória ao romance Ana Karenina e que postei aqui há pouco tempo?

7 comentários:

  1. Há fios invisiveis Rosa(?) :)


    Bom domingo e beijos

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  2. um clube de leitura... parece ser algo interessante!

    beijo

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  3. "As famílias felizes não têm história"...não é?
    Rico comentário e comentário rico ao livro de Saramago!
    Espero entregar uns tais óculos escuros 5ª feira.Abraço Kincas

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  4. Cara Kincas

    Com o sol que tem feito já me estavam a fazer falta!
    Quanto à Viagem foi o que se pode arranjar em tempo de vacas que, para pastarem, até têm que ir para a Praça de Espanha! :-))
    Até 5ª!

    Abraço

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  5. Está na fila a aguardar leitura que por enquanto anda a ensaiar pela cegueira...

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  6. É sem dúvida um livro interessante.
    Notaste a forma ortográfica diferente como Saramago marca os diálogos?
    Aquele homem é um mágico da escrita.
    ;)
    Ha uns anos escrevi-lhe para Lanzarote. Tinha acabado de ler pela 3ª vez o "Memorial do Convento". No texto da minha carta, que foi o mais conciso possível, por forma a não maçar muito o autor, aludia ao aspecto da construção dos ambientes e dos personagens com que José Saramgo compõe as suas partituras, as suas óperas e referia-lhe que considerava a forma mística, como que se um pano translúcido tapasse e em simultâneo descobrisse as imágens que o autor pretende em alturas determinadas que o leitor suspeite e noutras que descubra.
    Respondeu-me, vou transcrever "...quando diz encontrar um «fundo místico» em alguns aspectos do meu trabalho. Sem querer ignorar a importância do sentimento místico para um conhecimento mais completo da psique humana, confesso-lhe que ha em mim como que uma rejeição instintiva de todo o intento de situar no misticismo a via de acesso a entendimentos superiores da vida. Julgo compreender o que quer dizer quando se refere a «algo que está e não está encoberto», mas a isso chamaria eu o «indizível da vida», a que as palavras não conseguem chegar, simplesmente porque não as temos todas..."
    Fiquei desta a saber que Saramago afinal conhece todas as pontuações.
    ;)))

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