quinta-feira, novembro 06, 2014

Há cidades acesas

No aniversário do nascimento de Sophia de Mello...

Há cidades acesas na distância,
Magnéticas e fundas como luas,
Descampados em flor e negras ruas
Cheias de exaltação e ressonância.

Há cidades acesas cujo lume
Destrói a insegurança dos meus passos,
E o anjo do real abre os seus braços
Em nardos que me matam de perfume.

E eu tenho de partir para saber
Quem sou, para saber qual é o nome
Do profundo existir que me consome
Neste país de névoa e de não ser.


19 comentários:

  1. Boa escolha para comemorar o nascimento de uma escritora que aprecio!

    beijinhos :)

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  2. à cidades que se acendem, às vezes

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  3. Boa tarde. momentos baixos que as cidades estão menos iluminadas, de repente tudo se ilumina com lindas cores.
    AG

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  4. ~
    ~ Sentimentalmente, Sophia não se relacionava bem com as cidades.
    ~ Para ela eram espaços poluídos, desumanizados e de um brilho artificial.
    ~ Neste poema, descreve a cidade até como asfixiante e atordoadora.

    ~ ~ Grata pela oportunidade de homenagear o 95º aniversário da querida e saudosa Poeta.

    ~ ~ ~ Abraço amigo. ~ ~ ~

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  5. Longe vai o dia claro
    que lhe encheu o ser de esperança

    Nenhum País deveria merecer palavras estas.
    Nós sim, que nem percebemos
    a culpa que temos

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  6. Grande poeta, estou sempre lendo-a.
    Preciso adquirir um livro de poesias dela_ porque aqui nem sempre encontramos entre os estrangeiros,
    _ o filho e escritor também Miguel Souza Tavares esse sim é bem mais conhecido aqui.Dele eu tenho 'No teu deserto',enfim leio muito os escritores portugueses e gosto_ sou meio portuguesa rsrs
    Gosto muito do poema.
    um abraço Rosa

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  7. "[...]país de névoa e de não ser"

    O desencanto de Sophia é-me hoje tão próximo. Que país é este que, sendo o nosso, não nos permite "ser" dentro das suas fronteiras naturais?

    Um beijo

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  8. Lindo! Uma excelente escolha.

    Beijinho e uma flor

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  9. Apesar das luzes que iluminam as cidades, há tanta escuridão!...

    Um belo poema em que Sophia, por um lado, exalta os descampados em flor da alma lusa, e, por outro, a névoa que teima em permanecer.

    Excelente escolha para homenagear, nesta data especial, uma mulher multifacetada, determinada e persistente.

    Um abraço, Rosinha!

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  10. Não conhecia este poema da Sophia... Mas também poesia não e o meu forte, se é que tenho algum! :)

    Abraço

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  11. Uma bela forma de recordar Sophia.
    Bfds

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  12. Gosto de todos os poemas de Sophia.
    Diferentes, distintos.
    São um canto, um hino ou um grito de dor.

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  13. Um dos melhores poemas da Sophia.

    Eu gosto das cidades, mesmo poluídas, desumanizadas e de um brilho artificial, principalmente no Natal.

    Abraço da amiga que vive numa bela cidade.

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  14. Realmente: «neste país de névoa e de não ser.»

    Como os poetas sabem dizer as palavras vertas!! Muito boa escolha, Leo.

    Beijinhos

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