terça-feira, janeiro 05, 2010

O desejo de esquecer...

Toda a história do mundo não é mais que um livro de imagens reflectindo o mais violento e mais cego dos desejos humanos: o desejo de esquecer.


Herman Hesse, Viagem pelo Oriente


.

15 comentários:

  1. Eis uma frase que nos desafia a divagações intermináveis sobre a importância que damos ao quotidiano, exercendo a memória ou o esquecimento.

    A pequeníssima ajuda que a informática nos dá através das necessidades de fazer, com regularidade, resets, ao mesmo tempo que também reitera a premência de fazer backups.

    Tudo isso fazemos através do sono e do repouso; tudo isso desejamos através de uma quotidiano intenso.

    Em que pé -- Para além do sensorial e emocional -- se apoia o prazer, a felicidade, sei lá quanto mais: na memória ou no esquecimento? No vivido ou no recordado?

    Saudações

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  2. Frase pesadíssima, essa. Soa-me, não sei porquê a negativismo, pessimismo.
    Não é de todo o meu maior desejo.

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  3. Ao deparar com um ocidental a viajar pelo Oriente assinalando o desejo de esquecer, vieram-me à memória os quatro versos de Inscrição:


    "Eu vi a luz em um país perdido.
    A minha alma é lânguida e inerme.
    O!Quem pudesse deslizar sem ruído!
    No chão sumir-se,como faz um verme
    ..."

    Camilo Pessanha, Clepsidra


    Do esquecimento passamos ao sonho ou este é apenas o instrumento? Bom ano.

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  4. não.

    a história felizmente é muito mais que isso.

    abraço Rosa

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  5. Citou inteligentemente Herman Hesse, ele é muito bom

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  6. ... "saltando" Leonidas (um dos meus heróis na adolescência) e os seus guerreiros espartanos "aterro" numa passagem-viagem de Herman Esse. É uma frase algo dúbia, pois embora se reconheça que na história do mundo (ou a condição humana?) e desde sempre, milhentos capítulos deixam muito a desejar ou não são de boa memória, a verdade é que os erros cometidos devem servir de memória presente e futura para que não se voltem a cometer. Esquecê-los, será o pior de tudo.
    Ah! antes que me esqueça e com algum atraso, desejo-te um bom ano*.

    (*Se por acaso já o fiz antes, não ligues: aos pobres de espírito tudo se perdoa.)

    Abraço e sorrisos.

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  7. Para ler e reler...
    Mas tudo "isto" tem de ser mais que esse desejo, senão não faz sentido...

    Beijinho, Rosa*

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  8. era isso mesmo que EU mais desejava neste momento...ESQUECER!

    um abraço Rosita,
    obrigada pelo apoio

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  9. Bom Ano e que nunca percas a inspiração para o teu blog!
    gb

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  10. Não nos conhecemos, mas cheira-me a um pouco de tristeza, aqui deixo as janeiras, como modo de a alegrar:

    Natal dos Simples

    Letra e música: Zeca Afonso
    (reis, janeiras, canção de Natal)
    In: Cantares de Andarilho;
    --------------------------------------------------------------------------------
    Vamos cantar as janeiras
    Vamos cantar as janeiras
    Por esses quintais adentro vamos
    Às raparigas solteiras
    Vamos cantar orvalhadas
    Vamos cantar orvalhadas
    Por esses quintais adentro vamos
    Às raparigas casadas

    Vira o vento e muda a sorte
    Vira o vento e muda a sorte
    Por aqueles olivais perdidos
    Foi-se embora o vento norte

    Muita neve cai na serra
    Muita neve cai na serra
    Só se lembra dos caminhos velhos
    Quem tem saudades da terra

    Quem tem a candeia acesa
    Quem tem a candeia acesa
    Rabanadas pão e vinho novo
    Matava a fome à pobreza

    Já nos cansa esta lonjura
    Já nos cansa esta lonjura
    Só se lembra dos caminhos velhos
    Quem anda à noite à ventura

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  11. Olá Rosinha
    Esquecer por vezes faz bem, por outro lado, há momentos da nossa vida que nos sabe bem lembrar. Vá lá Rosa, não gosto de "ver" tu assim.
    Bjinho

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  12. Li uma definição linda, feita por uma garota de 9 anos: «Saudade é o amor que fica.»
    Por isto, não é bom esquecer tudo!

    Grande abraço.

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  13. Feliz ou infelizmente esqueço muito depressa e bem...

    ... as min has energias centram-se no agora que vivo e não no que foi vivido.

    Por enquanto, tenho-me dado bem!

    :)***

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  14. Será assim, Rosa? Ou o nosso desejo de esquecer não passa de uma defesa e selecciona apenas os factos desegradáveis? Fico a pensar...

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  15. Sou mais óptimista ou será que sou tão péssimista que acho sempre "menos mau" ou bom o que se vai passando?
    Abraço

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