sexta-feira, julho 03, 2009

Arrumações de discos

Ontem, num dos meus súbitos, mas raros acessos de fazer arrumações, decidi dedicar-me aos discos de vinil, talvez influenciada pela morte de Michael Jackson e na tentativa de encontrar alguma coisa dele.
Não me lembrava de ter feito qualquer compra, mas talvez algum dos meus filhos o tivesse feito. Passados um a um, mas não na totalidade porque ainda não cheguei aos que estão no sótão, não encontrei nada. Em contrapartida encontrei bastantes discos dos The Doors.
Lembrei-me então que era a banda preferida do meu filho mais novo que tinha uma fixação em Jim Morrison impressionante e o que tem mais graça, se por acaso se pode usar o termo neste contexto, é que nem sequer ainda era nascido quando o jovem cantor apareceu morto, aos 27 anos, num quarto de hotel em Paris, onde repousa no cemitério do Père Lachaise, no 20º bairro.
Como a prenda que ofereci aos meus filhos na conclusão do 12º ano foi a sua primeira visita a Paris, um dos pontos do programa, imposto pelo rapaz mais novo, seria uma visita ao dito cemitério, onde repousava o seu herói. Foi uma enorme canseira chegar lá a pé, porque olhando para o mapa parecia perto do local onde estávamos, mas de facto não era.
Este cemitério é o maior de Paris e aí estão sepultadas celebridades de todos os quadrantes, identificadas logo à entrada num painel, com o arruamento e nº respectivo.
Foi impressionante caminhar por aquelas ruas, deparar com nomes de gente que eu também me habituei a admirar, no campo da ciência, literatura, cinema, música, etc.
E lá demos com o sepultura de Jim Morrison!
O meu filho não queria acreditar no que via...
Do postal ilustrado que ele trazia na mão, e que arranjou nem eu sei onde, até à realidade nada se parecia.
Era simplesmente um local vandalizado, com alguns vestígios de pedras tumulares e de flores secas e um guarda por perto que nos olhava de soslaio.
Só recordo este episódio, um pouco tétrico, porque ao ler o DN hoje, nas efemérides, aparecia a referência à morte de Jim Morrison a 3 de Julho de 1971, faz precisamente 38 anos.
E claro que, num registo bem mais alegre mas também saudoso, vejo-me a servir de guia aos meus rapazes e a ajudá-los a descobrir essa bela cidade onde gostaria de ir pelo menos três vezes por ano!

27 comentários:

  1. Os Doors também fizeram parte das escolhas musicais, no caso da filha mais velha que tal como acontece com o teu filho ainda não era nascida nem sequer estava em projecto quando ele morreu.
    Nem sequer eu, na altura com 11 anos recém cumpridos, conhecia a sua música quando ele morreu.
    Engraçado como Paris nunca foi uma cidade que me atraísse...

    ResponderEliminar
  2. Paris , adoro Paris e a Torre Eifel. Gostava de lá voltar nem que fosse 1 vez no ano , Já há 2 anos que não vou lá.

    ResponderEliminar
  3. Mais ainda do que a musica a poesia de Jim Morrison influenciou e pode continuar a influenciar qualquer adolescente...como um suplemento de alma...
    ... a Paris, um dia hei-de ir, com a minha princesa, numa descoberta a duas...

    Bom fim de semana

    Abraço

    ResponderEliminar
  4. Olha querida Rosa,
    Comigo só não aconteceu essa da arrumação dos discos para procurar o Michael Jackson porque desconfio que, nos tempos das idas à Feira da Ladra para arranjar dinheiro para as férias ou coisas desse tipo, os meus filhos venderam muitos dos LP que por lá haviam e onde devem ter incluído este e os Doors, os Supertramp, Génesis e outros dessa época.
    Quanto a Paris... meu Deus como gostaria de lá voltar. Só quem nunca lá foi não sabe quanto o slogan "cidade luz" se aplica àquela linda cidade europeia.

    Amiga, em agradecimento pelos mimos e carinho recebido deixei um selinho no MaMaRiSo para ti.

    Obrigada do fundo do coração.

    ResponderEliminar
  5. Cara Tite
    Não sei fazer essa coisa dos selinhos...
    Terá que ser o tal rapaz, admirador dos The Doors e do seu vocalista, que o poderá fazer quando vier a casa! :-))

    Abraço

    ResponderEliminar
  6. Rosa, já estive e devo ser rara, porque embora tenha gostado de algumas coisas não é uma cidade que me atraia de tal forma que deseje lá voltar como a maior parte das pessoas que conheço.
    Prefiro Cannes, Nice, Mónaco ou já do outro lado da fronteira...San Remo.Prefiro as cidades italianas a Paris.
    Sim já sei...sou estranha...:):):):)

    ResponderEliminar
  7. quem não gostaria?...

    abraço Rosa

    ResponderEliminar
  8. Não és estranha, Dina!
    És viajada!))
    Eu nunca estive nessas cidades que dizes, se lá tivesse estado talvez não gostasse tanto de Paris...ou talvez sim, acredito mesmo que sim!:-))
    Foi a minha 1ª ida "lá fora", mesmo antes de Badajoz, imagina...
    Deve ser por isso! :-))

    Abraço

    ResponderEliminar
  9. Badajoz...adoro!
    Vivi lá tantos anos, a minha filha mais velha nasceu lá há quase 29 anos...
    Quanto ao sul de França conheço bem porque a minha irmã mais velha viveu muitos anos em Grasse, cidade considerada como a capital dos perfumes franceses. As idas ao Mónaco eram frequentes porque ficava logo ali...e depois comecei a estender as minhas férias às cidades italianas vizinhas e Itália foi uma paixão.
    Se te disser que hoje logo pela manhã fui despedir-me das duas filhas que foram para Milão e Veneza. Vão ver o concerto dos U2 a Milão e dar um saltinho a Veneza que ainda não conhecem.
    Quanto a mim...já fui mais amiga de viajar, cada vez tenho mais medo de aviões o que me tem impedido de ir a alguns dos sítios que gostaria.Por exemplo os países do Mar Adriático...a cidade de Praga e tantos outros...

    ResponderEliminar
  10. Adoro Paris, magnifica cidade. Também eu me desloquei a esse cemitério porque um familiar queria ver a campa do Jim Morrison, de certa forma acho que se trata de algo mórbido. Mas o que mais me impressionou além da imensidão que o local ocupa foi determinado tipo de campas que existem e a sua monumentalidade

    ResponderEliminar
  11. Dina,

    Eu também conheço todas essas cidades do sul de França e para aí vai-se de carro como tu deves ter feito devido à fobia de andar de avião, claro!
    No entanto, San Remo foi uma desilusão depois de Mónaco ou Cannes, mas ir até Itália/França/Espanha e até Portugal e conhecer as diferenças entre cidades do norte e sul de cada país é muito interessante.
    Das cidades Espanholas Barcelona Madrid e Sevilha sabes que não consigo dizer qual eu gosto mais? É que elas são tão diferentes mas tão lindas que não consigo dizer de qual eu gosto mais.

    Rosa,

    Não tenhas problemas com o selinho se isso te der muito trabalho. Queria apenas distinguir as amigas que me acarinharam.

    Beijossssss

    ResponderEliminar
  12. De pois de ter fungado algumas lágrimas com "fermosíssima"e de ter acariciado O LIVRO que continuo a venerar,mesmo tendo partido o caco a dividir orações (aquelas de salto de cavalo),vens agora lembrar-me PARIS onde arribei com o marido num carrinho de pequeníssima cilindrada e mapa e Guia Michelin em riste.Foi um deslumbramento que me acompanha até hoje.Kinkas

    ResponderEliminar
  13. Sevilla tiene un color especial

    Sevilla, tan sonriente,
    Yo me lleno de alegría cuando hablo con su gente.
    Sevilla enamora el cielo para vestirlo de azul
    Y hasta el sol duerme en triana y la luna en santa cruz.

    Estribillo
    Sevilla tiene un color especial.
    Sevilla sigue teniendo su duende,
    Sigue oliendo a azahar,
    Me gusta estar con su gente.

    Sevilla, tan cariñosa,
    Tan torera, tan gitana, tan morena y tan hermosa.
    Sevilla enamora el río cuando a sanlucar se va
    Y a la mujer de mantilla, me gusta verla pasar.

    Sevilla, tú eres mi amante
    Misteriosa reina mora de un jardín alucinante.
    Sevilla, novia del mundo por su manera de ser,
    Por que lo quiso el destino sevilla tuvo que ser.



    La sangre llama...por eso elijo Sevilla, capital de Andaluzia la tierra de mis abuelos.

    ResponderEliminar
  14. Olha no que deu o facto do rapaz mais novo ter uma fixação em Jim Morrison! :-))
    Mas estou a gostar da diversidade de comentários...
    Entre Madrid, Sevilha e Barcelona a que conheço melhor é Barcelona e adorei.
    Repetia Barcelona, preciso de repetir Madrid e Sevilha é mesmo aqui ao lado.
    Mas em Espanha perco-me pela Galiza!

    Abraço

    ResponderEliminar
  15. Já estive em Paris de toda a maneira, salvo seja!
    Como jovem aluna da Faculdade de Letras e consegui passar na fronteira o Livro Vermelho de Mao, o meu acto mais arrojado na ditadura... :-))
    Sozinha durante 8 dias à espera de um curso de férias na Universidade de Dijon e "hospedada" em casa de família, ausente noutra cidade.
    Com o filho mais velho, com o filho mais novo, com um grupo de alunos e colegas e finalmente com o compagnon de route.
    E sempre que lá vou faço novas descobertas, desculpai a redundância.

    Abraço

    ResponderEliminar
  16. Cara Dina
    Já estou a entender esse teu gosto pelo sul de França e Itália.
    O mais ao sul que estive em França foi em Lyon ou talvez Grenoble, não tenho o mapa aqui à mão para o verificar...
    Na tal escapadela que dei não cheguei a Badajoz que conheço bem,fiquei-me por Vila Nueva del Fresno e Olivença...

    Abraço

    ResponderEliminar
  17. Adoro esta divagação.

    Quem diria que nos íamos perder nas estradas europeias.

    Eheheheh!

    Boa viagem Rosa se fores até Sevilha que fica mesmo aqui à mão e vale mesmo a pena.

    Beijosssss

    PS - Rosa por favor vai aqui:

    http://musicasdasnossasvidas.blogspot.com/

    ResponderEliminar
  18. Amiga Kincas
    O teu deslumbramento não me admira!
    Recordo o meu rapaz mais velho a dizer quando chegámos ao cimo das escadas do metro da Place de la Concorde e ele abarcou com o olhar tudo à volta:
    - É tal e qual como tu dizias, mamã!

    Bisous

    ResponderEliminar
  19. Como eu precisava de uns acessos de fazer arrumações!
    E recordar Paris, onde apenas fui duas vezes, é estimulante.
    Mas, para além da beleza e da riqueza cultural de Paris e de outros locais lá fora, tens descoberto aqui neste cantinho coisas muito bonitas e valiosas que muitas vezes desconhecemos ou pouco valorizamos. Ainda bem que as partilhas.
    Continua a ir para fora cá dentro e dá-nos conta dessas saídas, com ou sem enigmas e com boas fotografias, como as que aqui podemos ver.
    Um beijo

    ResponderEliminar
  20. Caro Fortefeio
    Agradeço o comentário, por ser o primeiro!:-))
    De facto aquele cemitério é de uma monumentalidade espantosa, mas ao mesmo tempo incomoda certo abandono...
    As famílias vão desaparecendo e já não há quem cuide da última morada dos que partiram.
    Mas isso passa-se por todo o lado.

    Abraço

    ResponderEliminar
  21. Cara Chefe
    Tu, que te fartas de passear, é que podias partilhar connosco esses percursos delineados até ao último pormenor! :-))
    O teu parceiro não brinca em serviço!
    Ou já te esqueceste que tens um blogue?

    Abraço

    ResponderEliminar
  22. Para os que amam Paris e prometo ficar por aqui.
    Nem de propósito a crónica de hoje da Clara Ferreira Alves na revista Única do Expresso tem o seguinte título "Uma certa ideia de Paris."
    Leiam-na, se puderem, e voltem ao Marais entre outros bairros imperdíveis!
    Quer dizer, com tudo isto, a crónica já é de ontem...

    Abraço

    ResponderEliminar
  23. Bela cidade!

    Aí vivi durante 6 anos...


    Um abraço

    ResponderEliminar
  24. There's a killer on the road....


    Run, baby.... run, baby, run...


    E assim entraram os Doors na minha vida.


    Boas recordações...

    ;)*

    ResponderEliminar
  25. Boas recordações que nos traz o teu post.

    Sabes que gosto muito de te ler???

    Beijitos

    ResponderEliminar
  26. A última vez que estive no Père Lachaise, a caminho do Sacré Coeur, depois de subir aquelas escadarias violentissímas seguidas de uma ladeira infindável, encontrei a campa do Jim Morrion repleta de garrafas vazias a servirem de castiçais de velas moribundas.

    Penso que é, ou foi, um lugar de rituais, mas tanto quanto sei a coisa já está fora de moda.

    Engraçado, também, é visitar a campa do Óscar Wilde, com as frequentes grinaldas de flores que são lá deixadas pelos movimentos gay pride de todo o mundo. Wilde bem como Virginia Woolf são uma espécie de ícones para os gay literatos.

    Um abreijo

    NB. Quem sabe na semana de 17 de Julho em diante, no meu passeio ao Reino Unido, não passe de novo por Paris?!...

    ResponderEliminar