quarta-feira, março 21, 2007

Tempo de poesia



Todo o tempo é de poesia




Desde a névoa da manhã

à névoa do outro dia.




Desde a quentura do ventre

à frigidez da agonia.




Todo o tempo é de poesia.




Entre bombas que deflagram.

Corolas que se desdobram.

Corpos que em sangue soçobram.

Vidas que a amar se consagram.




Sob a cúpula sombria

das mãos que pedem vingança.

Sob o arco da aliança

da celeste alegoria.




Todo o tempo é de poesia.




Desde a arrumação do caos.

à confusão da harmonia.



António Gedeão





4 comentários:

  1. Todo o tempo é de poesia...

    nós é nos esquecemos...

    deste bonito recado de Gedeão...

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  2. Tens toda a razão, Luís!
    Passamos a vida a sofrer por não termos olhar de poeta!

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  3. Exactamente. Todos os dias!

    Beijinho*

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  4. Não conhecia. É muito bonito.

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