segunda-feira, dezembro 12, 2011

Horário do Fim

Incapaz de o dizer por palavras minhas porque é Dezembro e este é o mês de muitas perdas para mim, escolhi este poema para homenagear um amigo que partiu ontem! Mais um que partiu demasiado cedo...

Horário do Fim

morre-se nada
quando chega a vez




é só um solavanco
na estrada por onde não vamos




morre-se tudo
quando não é justo o momento




e não é nunca
esse momento


Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

17 comentários:

  1. é verdade, nunca estamos preparados!

    mas lembro outro poema, admirável, de José Luís Peixoto:


    «na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
    o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
    e eu. depois, a minha irmã mais velha
    casou-se. depois, a minha irmã mais nova
    casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
    na hora de pôr a mesa, somos cinco,
    menos a minha irmã mais velha que está
    na casa dela, menos a minha irmã mais
    nova que está na casa dela, menos o meu
    pai, menos a minha mãe viúva. cada um
    deles é um lugar vazio nesta mesa onde
    como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
    na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
    enquanto um de nós estiver vivo, seremos
    sempre cinco.»



    saudação cordial

    ;_)))

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  2. É isso, Rosa. O “Relógio do Fim" nunca marca as horas certas !
    “Morrer-se nada”, ainda vá … é uma lei da natureza !
    Agora “morrer-se tudo” , quando está em causa um familiar ou um amigo, é uma coisa terrível !
    No entanto, temos que estar preparados porque esses momentos “não são nunca” ! … esperemos que, pelo menos, sejam o “nada” possível !

    Lamento a perda desse amigo, Rosa ! Gostava de poder dizer que ele está a ler este teu post, sentir e agradecer-te esta homenagem, mas, para ser verdadeiro, não o creio ! :((
    .

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  3. Bonita a tua homenagem ao amigo agora "aliviado" desta vida terrena.

    Acredita, porém, que também acho lindo o poema de José Luís Peixoto.

    Acreditando, como acho que tu acreditas, que terás em teu redor todos os que mais amas na hora que os invocares.

    Beijosssssss

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  4. Nunca é o momento. Dezembro tb não é um "bom" mês para mim ...
    Abraço

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  5. Rosinha, neste triste momento de perda deixo o meu apertado e solidário abraço.

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  6. Rosa
    Nasci em Dezembro mas este é um mês que para mim podia ser saltado para Janeiro.

    Deixo o meu abraço muito apertado quero que o sinta sei que é dificil mas pode ser confortante.
    Beijinho

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  7. É um poema lindo que primeiro se estranha mas depois se entranha, passe o lugar comum. Apetece ficar a olhar as palavras muito tempo!

    Um abraço

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  8. Nestes momentos não tenho palavras.
    Um grande beijinho.

    Ju ou sonhadora (a mesma pessoa)

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  9. Muito bonito este poema que não conhecia. E cheio de verdade.

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  10. Bonito o poema :)

    Lamento Rosa :(

    ( )jinho :)

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  11. Quer seja inesperada ou não, a perda de um amigo é sempre dolorosa.
    Lamento.
    Abraço

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  12. Caros amigos
    Já conhecia o poema de José Luís Peixoto que é extremamente tocante!
    Com as devidas adaptações todos/as nós o poderemos reescrever!

    Abraço

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  13. Os amigos,sei lá se partem,deixamos a sua companhia sempre muito cedo.

    Um abraço,
    mário

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  14. Rosa
    também fiquei surpresa com a notícia do falecimento de um conhecido meu, no domingo...
    um homem ainda novo!!!
    Não imagino o que aconteceu,
    se foi de repente ou de doença prolongada...só sei que já foi.
    ...nunca estamos preparados!

    Neste triste momento de perda deixo o meu apertado e solidário abraço.

    Tudo o que Mia Couto escreve é belo. Obrigado pela partilha.

    Vem até aos meus 2 blogues;
    num deles ando a fazer uma espécie de diário com imagens da minha viagem de férias
    e no outro...
    há poesia, fotos doces, vem ver a foto que está associada a esta poesia.Bjs.

    “AS MÃOS DAS CRIANÇAS FAZEM...”

    As mãos das crianças
    são umas mãos
    muito engraçadas!

    Com terra molhada
    fazem casas, jardins
    e coisas com o nome
    que nós quisermos.

    Com pedrinhas
    fazem jogos
    e convencem os caracóis
    a fazerem corridas
    e as formigas
    a mudar de caminho.

    Fazem as bolas
    saltar tanto
    que o sol
    as manda descer…
    e conseguem tanta coisa,
    mas tanta coisa mais...

    QUE NOME TERÁ
    A FORÇA ESCONDIDA
    NAS MÃOS
    DAS CRIANÇAS?

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  15. Inesperada ou não, é sempre uma hora dolorosa. Como a espera de alguém que, em sofrimento anseia a sua chegada.
    Um grande abraço

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  16. Cá por mim riscava o dezembro do calendário. Vamos a isso?
    Um beijo grande, amiga!

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