Peço desculpa por vos ter deixado em "suspense" durante tanto tempo mas uma semanita fora, cá dentro, explica o meu silêncio.
Vamos lá por partes e de forma a não escrever muito...
Quanto à frase de JLB gostei dos vossos pareceres e concordo que ele se mostrou modesto.
Mas o que é um facto indiscutível é que nenhum grande escritor chegou a esse patamar sem ser um incansável leitor de boas obras. Também temos que ver que ele não diz que se é um grande escritor por aquilo que se lê mas sim Chega-se a ser..." o que introduz uma diferença substancial...
Também gostei de saber das vossas interessantes leituras, algumas sem o nome do autor mas eu lá chegarei.
Durante esta semana li num dia "A Pérola" de J. Steinbeck, um conto que me deixou um certo amargo na boca, li em dois dias "A Pequena Loja de Blossom Street" de Debbie Macomber, comecei a ler "Gente de Dublin" de James Joyce e continuei com "A Escola do Paraíso" de José Rodrigues Miguéis.
O Rui da Fonte, especialista em enigmas, entendeu as pistas e avançou com o nome do rei, o tal Enrique IV de Castela que era de tal forma incompetente para tudo que até lhe chamavam Impotente. Foi "pai" ou talvez não de Joana, a Beltraneja. Quem acabou por lhe suceder, depois de muitas lutas, foi Isabel I de Castela, nossa conhecida e que era sua meia-irmã.
Mas afinal como se chama o dito cujo livro?
Chama-se "Em Busca do Unicórnio" e o seu autor é o espanhol Juan Eslava Gálan.
Narra as aventuras e desventuras de uma expedição, enviada pelo tal rei até à África profunda, comandada por Juan de Olid que parte de Segóvia na companhia de quarenta besteiros, um frade, uma donzela virgem e respectivas criadas com o objectivo de encontrar o mítico animal, apanhá-lo com a ajuda da donzela, cortar-lhe o corno, trazê-lo para Castela de forma a utilizarem-se as suas propriedades medicinais e afrodisíacas para o rei poder ter um herdeiro.
A expedição chega ao fim com Juan de Olid sozinho a regressar ao continente europeu numa caravela portuguesa comandada por Bartolomeu Dias, depois de ter vagueado por África durante mais de vinte anos. De Setúbal consegue chegar a Castela com o corno mas o rei já tinha morrido.
É uma narrativa bastante interessante, sendo narrador precisamente Juan de Olid.Procurei ser muito sintética de maneira a não vos cansar mas é um livro que recomendo.
Bem-vinda!
ResponderEliminarO livro, pela tua descrição, parece bastante interessante. Mais um a anotar na lista. Vou, entretanto, averiguar se existe na biblioteca pública a versão em inglês ou, quem sabe, em português.
Abraço.
Rosa,
ResponderEliminaros livros de ficção histórica proporcionam quase sempre excelentes argumentos. Esse parece não fugir à regra.
Beijo :)
Rosa
ResponderEliminarÉ mais uma sugestão que agradeço muito, embora eu ande um pouco distraida com a leitura, isto de trabalhar e vir aos blogs um pouquinho não está a sobrar muito tempo para quem se deita cedo.
Beijinho
Á parte histórica cheguei perfeitamente (e todas as minhas dicas eram nesse sentido):
ResponderEliminarTrata-se de Enrique IV de Leão e Castela, cognominado El Impotente, que casou em segundas núpcias com D. Joana, irmã mais nova de D. Afonso V – “O Africano”, (de Portugal).
Deste (?) casamento nasceu a infanta também de nome Joana, que dizem as más-línguas ser filha de D. Beltran de la Cueva .
Verdade, ou não, a princesa é conhecida em toda a Castela por Joana, a Beltraneja.
Enrique IV e sua mulher por mais de uma vez declararam a legitimidade da filha, que ele, não tendo outros descendentes, pretendia lhe sucedesse.
Entretanto, a sua irmã Isabel, filha como ele de D. João II de Castela, sem autorização e conhecimento do irmão, casa com o príncipe aragonês D. Fernando.
Quando em 1474 Enrique IV morre, ela, Isabel, é a aclamada rainha na maior parte do reino de Castela.
A D. Isabel e D. Fernando chamam-lhe hoje os Reis Católicos de “Hespanha”, pela sua dedicação à religião.
Relativamente ao tratamento tentado ao Rei, não "apanhei" a dica (não sabia) e as outras minhas dicas encaminhavam-se no sentido da possibilidade do livro ser :
"Ensayo Biológico sobre Enrique IV de Castilla" - de Gregorio Marañón
(1930).
Daí eu ter dito que "o Gregorio maravilhas ainda fez uns ensaios para tentar descobrir algumas coisas do funcionamento do corpinho do IV".
.
Um prazer, esta leitura da qual saio com boas sugestões.
ResponderEliminarObrigada
Querida Rosa, ainda bem que gostaste da "Pequena loja...". é mesmo uma ternura.
ResponderEliminarEste "Em Busca do Unicórnio", despertou-me a atenção. Obrigada pela dica.
Beijinhos e continuação de um bom fim de semana :)
FORA DO CONTEXTO:
ResponderEliminarUm abraço de parabéns, ainda que retardado!
Js
Obrigada pela recomendação, Rosa. Desconheço esse autor, e vou aproveitar a sugestão e começar por esse título!
ResponderEliminarNunca lá chegaria mas aprendi imenso com este teu post.
ResponderEliminarSó por isso gosto de enigmas e de amigos virtuais que foram professores e estão habituadíssimos a colocar os alunos... entre a espada e a parede.
OBRIGADA
Sou daquelas que faço jus ao ditado... aprender até morrer
e não tenho vergonha de o assumir
Welcome back!
ResponderEliminarÉ bom ter-te de volta!:)
ResponderEliminarVoltarei, para reler com atenção este post.
bji
Li há tanto tempo,
ResponderEliminarque apenas tenho uma vaga ideia.
Mas sei que o autor é dos melhores do seu tempo.
Bjs