terça-feira, maio 12, 2009

Em Portalegre...

Já que foram tão rápidos a decifrar o enigma, deixo-vos um brinde!


"Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros




Morei numa casa velha,
À qual quis como se fora
Feita para eu morar nela...
Cheia dos maus e bons cheiros
Das casas que têm história,
Cheia da ténue, mas viva, obsidiante memória
De antigas gentes e traças,
Cheia de sol nas vidraças
E de escuro nos recantos,
Cheia de medo e sossego,
De silêncios e de espantos,
-Quis-lhe bem como se fora
Tão feita ao gosto de outrora
Como as do meu aconchego.
.................................................
José Régio
(1901-1969)
E porque...
"Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
Só sei que não vou por aí!"
Gosto da poesia de José Régio!


17 comentários:

  1. E este último - Cântico Negro - é das coisas mais bonitas que alguém jamais escreveu.

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  2. É mesmo, Patti!
    É um verdadeiro cântico à Liberdade!

    Abraço

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  3. E eu, por acaso, também gosto desta poesia...
    E noutros tempos, na escola, gostava tanto de dizer estes versos que escreveste a vermelho...

    Um abraço
    (lindas fotografias!)

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  4. Gosto muito de José Régio mas quando usei mais esses versos não conhecia a sua poesia - no colégio,serviamo-nos desses versos para desobedecer ...
    Abraço

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  5. Deixa que a poesia te liberte.
    Que Deus te conceda a Paz de Espírito.
    Falar é fácil bem sei.
    Beijos

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  6. Saiu do mar para a cidade interior, talvez para se saber melhor, de homem, mulher, diabo - em silêncio de planície, esse além-do-tejo que nos fascina.
    A mim sempre.

    (era a montra onde gostaria de estar: depois do vidro - de correr - o campo de ondas. Por isso me entendeste!)
    Bjinho

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  7. Também gosto desta poesia.

    E...gosto de Rosas, por isso "roubei" para a Casa, que não seja castigada...

    :)Beijinho*

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  8. Vi as fotos e o céu azul como só o Alentejo tem. O poema só comecei a ler...

    beijos Rosa

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  9. José Régio ficará para sempre ligado a Portalegre.

    Cumprimentos daqui.

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  10. a mim parecem-me vários brindes, rosa!

    beijo
    luísa

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  11. Por aí, também não vou.


    Fico-me por Portalegre.


    E pela poesia, viva, de José Régio.


    Abraço.

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  12. Toada de Portalegre
    ...........
    Coisas que terei pudor
    De contar seja a quem for
    Me davam então tal vida
    Em Portalegre; cidade
    Do Alto Alentejo, cercada
    De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros,
    Me davam então tal vida
    - Não vivida!, sim morrida
    No tédio e no desespero,
    No espanto e na solidão,
    Que a corda dos derradeiros
    Desejos dos desgraçados
    Por noites do tal suão
    Já varias vezes tentara
    Meus dedos verdes suados...
    .....
    Quem é que não gosta de José Régio.Um Abraço

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  13. Depois de muitas vicissitudes que recordar não quero, vivi mais de dois anos em Portalegre, cidade do Alto Alentejo.
    Durante esse tempo morei na serra ouvindo o "vento suão, que abana a corda em que se enforca no vão de qualquer desvão", bebendo da água que vinha das fragas e convivendo com as boas gentes que por ali se arrastam, vivem e morrem.
    Guardei as fotocopias do manuscrito da "Balada de Portalegre" de José Régio para as ter num enorme quadro e assim as poder contemplar quando a nostalgia e a memória me pregam uma qualquer partida.
    Volto lá, sempre que posso.
    Desta vez foi pela sua mão. O peregrinas veio, mais uma vez,por este magnifico blog.
    Como cantou um outro Poeta:
    "Por tudo o que me deste... obrigado!"
    O abraço fraternal de sempre
    JS

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  14. O comentário anterior é da mionha responsabilidade.
    Pedia o favor de emendar o erro que lá está.
    Outro abraço gostoso
    João Sena

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  15. Não são erros!
    São deslizes dos dedos no teclado! :-))

    Abraço, JS

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  16. Este poema faz-me estremecer...ouvi-o em pequenina declamado por João Villaret, de forma sentida, forte e bela.Adoro-o!!!! e com as imagens torna-se mais vivo.

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