"Em Portalegre, cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros
À qual quis como se fora
Feita para eu morar nela...
Cheia dos maus e bons cheiros
Das casas que têm história,
Cheia da ténue, mas viva, obsidiante memória
De antigas gentes e traças,
Cheia de sol nas vidraças
E de escuro nos recantos,
Cheia de medo e sossego,
De silêncios e de espantos,
-Quis-lhe bem como se fora
Tão feita ao gosto de outrora
Como as do meu aconchego.
.................................................
José Régio
(1901-1969)
E porque...
"Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
Só sei que não vou por aí!"
Gosto da poesia de José Régio!
E este último - Cântico Negro - é das coisas mais bonitas que alguém jamais escreveu.
ResponderEliminarÉ mesmo, Patti!
ResponderEliminarÉ um verdadeiro cântico à Liberdade!
Abraço
...é tudo o que sei de mim...
ResponderEliminarE eu, por acaso, também gosto desta poesia...
ResponderEliminarE noutros tempos, na escola, gostava tanto de dizer estes versos que escreveste a vermelho...
Um abraço
(lindas fotografias!)
Gosto muito de José Régio mas quando usei mais esses versos não conhecia a sua poesia - no colégio,serviamo-nos desses versos para desobedecer ...
ResponderEliminarAbraço
Deixa que a poesia te liberte.
ResponderEliminarQue Deus te conceda a Paz de Espírito.
Falar é fácil bem sei.
Beijos
Saiu do mar para a cidade interior, talvez para se saber melhor, de homem, mulher, diabo - em silêncio de planície, esse além-do-tejo que nos fascina.
ResponderEliminarA mim sempre.
(era a montra onde gostaria de estar: depois do vidro - de correr - o campo de ondas. Por isso me entendeste!)
Bjinho
Também gosto desta poesia.
ResponderEliminarE...gosto de Rosas, por isso "roubei" para a Casa, que não seja castigada...
:)Beijinho*
Vi as fotos e o céu azul como só o Alentejo tem. O poema só comecei a ler...
ResponderEliminarbeijos Rosa
José Régio ficará para sempre ligado a Portalegre.
ResponderEliminarCumprimentos daqui.
a mim parecem-me vários brindes, rosa!
ResponderEliminarbeijo
luísa
Por aí, também não vou.
ResponderEliminarFico-me por Portalegre.
E pela poesia, viva, de José Régio.
Abraço.
Toada de Portalegre
ResponderEliminar...........
Coisas que terei pudor
De contar seja a quem for
Me davam então tal vida
Em Portalegre; cidade
Do Alto Alentejo, cercada
De serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros,
Me davam então tal vida
- Não vivida!, sim morrida
No tédio e no desespero,
No espanto e na solidão,
Que a corda dos derradeiros
Desejos dos desgraçados
Por noites do tal suão
Já varias vezes tentara
Meus dedos verdes suados...
.....
Quem é que não gosta de José Régio.Um Abraço
Depois de muitas vicissitudes que recordar não quero, vivi mais de dois anos em Portalegre, cidade do Alto Alentejo.
ResponderEliminarDurante esse tempo morei na serra ouvindo o "vento suão, que abana a corda em que se enforca no vão de qualquer desvão", bebendo da água que vinha das fragas e convivendo com as boas gentes que por ali se arrastam, vivem e morrem.
Guardei as fotocopias do manuscrito da "Balada de Portalegre" de José Régio para as ter num enorme quadro e assim as poder contemplar quando a nostalgia e a memória me pregam uma qualquer partida.
Volto lá, sempre que posso.
Desta vez foi pela sua mão. O peregrinas veio, mais uma vez,por este magnifico blog.
Como cantou um outro Poeta:
"Por tudo o que me deste... obrigado!"
O abraço fraternal de sempre
JS
O comentário anterior é da mionha responsabilidade.
ResponderEliminarPedia o favor de emendar o erro que lá está.
Outro abraço gostoso
João Sena
Não são erros!
ResponderEliminarSão deslizes dos dedos no teclado! :-))
Abraço, JS
Este poema faz-me estremecer...ouvi-o em pequenina declamado por João Villaret, de forma sentida, forte e bela.Adoro-o!!!! e com as imagens torna-se mais vivo.
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