segunda-feira, novembro 24, 2008

Ana Karenina

"Todas as famílias felizes se parecem; as infelizes não."

É assim que começa este longo e apaixonante romance de Leão Tolstoi.
Apesar de ser um clássico da Literatura Universal ainda não o tinha lido.
Terminei a sua leitura, há dias, no âmbito do clube de leitura que frequento em Leiria, na edição de Livros de Bolso, da Europa-América, dois volumes que somados dão 754 páginas, mas que li com uma razoável rapidez.
Independentemente de todos os eixos temáticos que aí se desenrolam e da trágica história de amor que lhes serve de pano de fundo, a primeira frase que transcrevi em cima deixou-me a pensar.
Será mesmo assim ou Tolstoi não percebia nada de famílias?

25 comentários:

  1. HUMMM tenho duvidas!
    As aparências iludem... às vezes, outras não.

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  2. Nunca li nada do autor. Quantas às famílias...algumas nem existem, quanto mais serem parecidas.

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  3. Pensou-o. Escreveu-o. Não tem que ser verdade. Mas admito que a busca da felicidade tenda a criar uma harmonia monocórdica por ser auto-
    complacente e auto-satisfeita e não haver necessidade de buscar alternativas.Digamos que a felicidade é preguiçosa. O infeliz tem que fazer mil e um exercícios de imaginação para catar um pouco de esperança e melhoria para a sua desgraça.E como não conseguem, persistem ,que é mais humana condição !

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  4. Mesmo sabendo pouco de famílias, saberia o bastante para o pensar e escrevê-lo como o fez, mesmo que não acreditasse nisso.A busca da felicidade tenderá a irmanar os sentimentos e as aspirações das pessoas que assim se tornam semelhantes, ao contrário da infelicidade ,de que todos fogem num afã de imaginação desesperada

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  5. A frase, parece-me, vem um pouco naquela linha de pensamento, creio que dos românticos, de que a felicidade não tem história, que só os poetas infelizes conseguem escrever bem, etc., etc.
    Será? Tu é que andas num clube de leitura, a ti devolvo a pergunta:))

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  6. Pois...
    Volto depois para ver se chegaram a alguma conclusão.

    :)Beijinhos*

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  7. eu diria que os cambiantes da infelicidade são muito mais variados do que os da felicidade. mas talvez o escritor queira dizer que há uma espécie de imagem normalizada para as famílias felizes...

    mas eu sou apenas uma felina que, de repente, se põe a pensar.

    dá notícias das tuas gatinha.

    sabes, a minha irma brunilde inventou um passatempo...

    marradinha e ronrons, rosinha-dos-ventos

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  8. Foi livro que nunca li (fiquei-me pelo "Guerra e Paz") mas hei-de ler!
    Quanto à frase, não penso que lhe tenha saído assim sem mais. Deverá seguramente estar inserida em algum contexto.
    Eu, por acaso, e só lendo a frase, não concordo lá muito. É que, tanto para a felicidade como para a infelicidade há vários graus, patamares, várias felicidades, várias infelicidades... Não haverá, portanto, padrão comum evidente...

    Beijinho

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  9. ... li o "Ana Karenina" ainda muito novo e porque simpatizei com o nome do autor por razões clubísticas. Um pouco mais tarde (por portas e travessas... ) vim a saber que Leon Tolstoi nem sequer sabia da existência do Sporting e isso deixou-me tão danado que nunca mais li nada dele.
    Sobre o assunto "familiar" tenho para mim que não há famílias felizes nem infelizes. Há, isso sim, famílias que se dão razoavelmente bem e outras que passam o tempo em guerras familiares que passam de gerações para gerações o que não deixa de ser uma forma de passar o tempo como tantas outras.
    Realmente Tolstoi não percebia nada de famílias, era um autêntico nabo no assunto! (Não foi sportinguista, é deitá-lo abaixo... ).

    Tens um contra-comentário, ao comentário que deixaste no meu post "A SINA DA CIDADE". Não costumo re-comentar lá, mas como respondi ao "Perdido" perguntei-me "porque não respondo também à "Rosa dos Ventos"? E assim foi.

    sorrisos.

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  10. Dava pano para mangas!... Não digo que desse 754 páginas, como ao Tolstoi... mas seria um bom tema de conversa...

    Abreijos

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  11. umas são, outras não...

    como em tudo na vida, Rosa.

    abraço

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  12. :) Maybe, maybe... mas acho que, neste caso, as generalizações não são possíveis.


    *

    p.s. Um clube de leitura? Mas que coisa estupenda!

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  13. Venha conhecer os meus tios.

    Muito obrigada pela atenção.

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  14. Finalmente voltei a visitar-te.
    Sobre o que escreveu Tolstoi, o que posso dizer?
    "Somos todos iguais, mas há uns mais iguais que outros"; com as famílias provavelmente acontece o mesmo.
    Isto de parecenças é muito subjectivo...

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  15. Gostava de conhecer aqui em Lisboa, um clube de leitura de "gente normal",isto é, não especializada em Literatura. Li esse livro há muitos anos, quando mergulhei em Tolstoi e Dostoiewski. Vou procurá-lo para recordar. Quanto à frase, acho que já a comentaram neste sentido: a felicidade não tem história, não é notícia; a infelicidade sim, é analisada e "despida", repetida, noticiada. Se Tolstoi visse um noticiário ou lesse um jornal actual orgulhar-se-ia do seu conceito ... ele percebia de famílias e da espécie humana - eu acho. ( mesmo que não fosse do Sporting, hoje, seria!)

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  16. Concordo contigo, se é que o teu comentário tinha propósito de receber aquiescência ou rejeição. De toda forma, acho que todos os humanos se parecem e as suas famílias a reboque. Mesmo os que não se parecem - aparentemente - tem imenso em comum.

    Por outro lado, recomendo o filme de mesmo nome, do realizador Bernard Rose, e com a Sophie Marceau no papel principal. Tem uma fotografia a não esquecer e como sei que gostas de olhares e de imagens...

    Abraços, tristes, de enchentes e calamidade

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  17. Não gosto de tirar conclusões com base em premissas de consistência duvidosa. Mas admitamos que havia uma Águia Tolstoi e que esta tinha escrito um romance de setecentas e ... páginas a contar estórias de famílias.

    Admitido? Bem! A minha congeminação é de que todas as famílias felizes se parecem; as infelizes nem por isso. É uma maneira de pensar. Tenho o direito, não?

    Vejamos: um par de jovens apaixonados casou-se, teve uma enorme filharada e arranjou uma casa de renda económica na linha do Estoril... e viveram felizes para sempre. Em que é que este par de jovens difere daquele outro par de jovens apaixonados que se casaram, tiveram uma enorme filharada e arranjaram uma casa de renda económica na linha do Estoril... e viveram felizes para sempre?

    Agora, um par de jovens que constituíram uma família infeliz dava um romance do caraças!

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  18. Estrada Minde - Fátima

    Petição online aqui:

    http://www.pnetpetições.pt/mindefatima

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  19. se calhar só percebia das que eram felizes e parecidas... extrapolou... e generalizou
    outros tempos... outras posturas...

    um beijo, rosa

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  20. Caros Amigos
    Embora tenha dificuldade em chegar a uma conclusão sobre a tal frase introdutória ao romance, limito-me a repetir o que já "semeei" por vários blogues em jeito de comentário, noutros contextos:
    Nada na vida é a preto e branco...
    Assim haverá famílias felizes ou infelizes de acordo com os acontecimentos que vão vivendo e serão diferentes nas duas situações, porque nenhuma família é igual.

    Abraço e obrigada pela participação

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  21. Rosa,

    já te deram todas asrespostas possiveis, apenas acrescento,
    tentemos ser felizes nem que seja de uma forma diferente :)


    Beijinho

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  22. ... ora bem! a Arábica pretendeu pôr um ponto final nas opiniões. Mas enganou-se que o último sou eu!!



    (a menos que ainda apareça mais alguém do Sporting Tolstoi de Portugal. Com esta gente nunca se sabe... )

    PS: Do Perdido já lhe entendi a cor: Sport Lisboa Tolstoi e Benfica.

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  23. Tolstoi faz parte de leituras passadas mas, confesso, nunca li "Ana Karenina". Deixou-me intrigado a observação sobre um tal Clube de Leitura em Leiria... é a cidade onde moro e, àparte a "Arquivo", que frequento amíude,desconheço outros círculos para amantes do género. Se me pudesses esclarecer...

    Obrigado e Feliz Natal para ti e para os teus.

    Jorge

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  24. Caro Madrigal
    Tentei encontrar o seu blogue para lhe poder responder, mas o perfil não está disponível pelo que lhe vou deixar aqui a informação.
    O clube de leitura que frequento integra-se na Associação de Solidariedade de Professores que fica localizada muito perto da Arquivo que também frequento.
    Só que o clube é restrito aos associados...

    Abraço

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  25. Penso que quer as famílias felizes quer as infelizes serão diferentes entre si, mas a ideia poderá justificar-se no sentimento de diferença e isolamento quando estamos infelizes.

    Fui lendo tudo de enfiada até aqui. Vou continuar a ler...

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