Nestas deambulações e sempre que tenho oportunidade, gosto de entrar em diálogo com os moradores de locais tão recônditos, gosto de saber como vivem e como vivem.
Não é simples curiosidade, é mesmo uma apetência natural que tenho para entrar facilmente em diálogo com desconhecidos. Freud talvez explique este traço do meu carácter e já agora peço desculpa por esta inconfidência...
A primeira aldeia que encontrámos era apenas um conjunto de meia dúzia de casas, estando a maioria em ruínas.
Saí do carro e aí vou eu à descoberta dos moradores.
Não é simples curiosidade, é mesmo uma apetência natural que tenho para entrar facilmente em diálogo com desconhecidos. Freud talvez explique este traço do meu carácter e já agora peço desculpa por esta inconfidência...
A primeira aldeia que encontrámos era apenas um conjunto de meia dúzia de casas, estando a maioria em ruínas.
Saí do carro e aí vou eu à descoberta dos moradores.
Este foi o que me veio receber com grandes miados de alegria como se estivesse à minha espera.
Depois apareceu um cão que, depois de ter dado largas à sua boa disposição com abanadelas da cauda, se deitou à espera dos acontecimentos.
Não era com ele que os donos estavam guardados de intrusos.
Continuei a caminhar, mas já a dar sinal da minha presença, exclamando:
-Está alguém em casa?
Surge-me um senhor a quem peço desculpa pela intromissão nos seus domínios logo seguido da mulher e a amena cavaqueira começou.
Eram os únicos moradores a tempo inteiro, tinham recebido por herança aquela casa e alguns palheiros anexos e as casas em ruínas ou em início de reconstrução eram de irmãos, tinham uma filha a viver em Aveiro e um filho em Góis.
Mostraram-me o enorme quintal onde o milho não tinha vingado por causa de uma praga...
...e as abóboras que estavam muito boas, mas que ainda iam crescer mais.Não era com ele que os donos estavam guardados de intrusos.
Continuei a caminhar, mas já a dar sinal da minha presença, exclamando:
-Está alguém em casa?
Surge-me um senhor a quem peço desculpa pela intromissão nos seus domínios logo seguido da mulher e a amena cavaqueira começou.
Eram os únicos moradores a tempo inteiro, tinham recebido por herança aquela casa e alguns palheiros anexos e as casas em ruínas ou em início de reconstrução eram de irmãos, tinham uma filha a viver em Aveiro e um filho em Góis.
Mostraram-me o enorme quintal onde o milho não tinha vingado por causa de uma praga...
Levaram-me a um palheiro para me apresentarem a galinha "parida".
Perante o meu espanto com o termo, o senhor explicou:
- Chamamos-lhe assim porque lhe nasceram ontem os pintainhos, dez pintainhos!
E olhavam os dois enlevados para a galinha "parida"...e eu olhava-os enlevada a todos, incluindo o gato e o cão que se tinham aproximado e que "não fariam mal à galinha, nem ela deixaria que eles se aproximassem da ninhada"...
Ainda acrescentaram que tinham um grande rebanho de cabras que andava por ali, na encosta a pastar.
Perguntei por que razão o alcatrão da estrada tinha ficado a umas boas centenas de metros dali e ele disse-me que a construtora tinha aberto falência e como a Câmara tinha pago adiantado a obra tinha ficado parada.
Com um sorriso disse-lhe que tirasse isso bem a limpo porque as Câmaras nunca pagam adiantado...
Despedi-me, desejando-lhes muita saúde e sorte e eles retribuiram-me com ar bem prazenteiro.
Quando cheguei ao carro, que tinha ficado ainda a uma distância razoável, o meu "compagnon de route", que não gosta nada que eu me meta nos quintais das pessoas e não me acompanha nestas aventuras, disse-me a rir:
- Um dia és recebida a tiros de caçadeira!
Perante o meu espanto com o termo, o senhor explicou:
- Chamamos-lhe assim porque lhe nasceram ontem os pintainhos, dez pintainhos!
E olhavam os dois enlevados para a galinha "parida"...e eu olhava-os enlevada a todos, incluindo o gato e o cão que se tinham aproximado e que "não fariam mal à galinha, nem ela deixaria que eles se aproximassem da ninhada"...
Ainda acrescentaram que tinham um grande rebanho de cabras que andava por ali, na encosta a pastar.
Perguntei por que razão o alcatrão da estrada tinha ficado a umas boas centenas de metros dali e ele disse-me que a construtora tinha aberto falência e como a Câmara tinha pago adiantado a obra tinha ficado parada.
Com um sorriso disse-lhe que tirasse isso bem a limpo porque as Câmaras nunca pagam adiantado...
Despedi-me, desejando-lhes muita saúde e sorte e eles retribuiram-me com ar bem prazenteiro.
Quando cheguei ao carro, que tinha ficado ainda a uma distância razoável, o meu "compagnon de route", que não gosta nada que eu me meta nos quintais das pessoas e não me acompanha nestas aventuras, disse-me a rir:
- Um dia és recebida a tiros de caçadeira!
Nunca serás recebida a tiro de caçadeira, mas tem cuidado com os cães, diz-te quem gosta de se aventurar assim também, e já teve fugir de alguns cãezinhos que não gostaram muito da minha entrada sem bater...:))
ResponderEliminarQuantos ao Dia Mundial,o que conta é clicar, adorei a foto dos pintainhos!:)
Beijinhos*
E há coisa mais saborosa do que ser bem recebida pelos animais?
ResponderEliminarEu adoro!
Galinha parida nunca tinha ouvido chamar...
ResponderEliminarQuando era miúda também a minha avó e a minha mãe tinham galinhas chocadeiras, em plena cidade de província... a avó na capoeira e a mãe quase quase dentro de casa....
:)
Obrigada pelas memórias
Um abraço
Que belo encontros tu tiveste. E com a tua bela descrição levaste-me, de mansinho, até à minha infância e ao tempo emn que eu aprendi como nascem os pintaínhos...:))
ResponderEliminarCOMO EU COMPREENDO O TEU "COMPAGNON DE ROUTE"!
ResponderEliminarMas também compreendo a faceta da tua personalidade que gosta de conhecer (e escutar) os outros...ISSO É BOM!
fui sempre atras de ti...e gostei do gato, do cão, dos pintainhos..... gostei
ResponderEliminarjocas maradas e bons passeios
Caro Escutador
ResponderEliminarTalvez não seja tão bom como isso...
É que não tenho muita paciência para ouvir alguns conhecidos! :-))
Abraço
E de abóbora não gostas, Su? :-))
ResponderEliminarAbraço
Eu amei este post. Foi como ir lá contigo e assistir a tudo e ouvir e falar. Aliás, por que será que os homens portugueses acham tão estranho quando nós falamos com "estranhos"? Não somos todos da mesma espécie? Já viram um cão virar a cara indiferente a outro cão, desconhecido que seja? Eu, nunca. Delícias as tuas andanças, trazes-me um pouco de tudo que está tão longe neste momento e que faz tão bem.
ResponderEliminarBjs, Ida
Passeando por esses blogs fantáticos cheguei ao seu, que maravilha seu passeio sua aventura que divino...
ResponderEliminarMuito bem apresentada sua aventura.Lindas fotos e muito bem comentadas.
Parabéns é um prazer conhecê-la.
Tenha uma semana de PAZ.