História Árabe

De vez em quando volto à Tertúlia dos Mentirosos, um livro de contos filosóficos de todo o mundo, da autoria de Jean-Claude Carrière e encontro sempre alguma história digna de registo, na minha limitada opinião.
"Esta curta história foi-nos legada pela tradição árabe:
Um homem muito pobre e o seu filhinho encontraram um corpo que uns homens levavam pelo chão.
- Para onde levam o morto? - perguntou a criança.
- Para algum sítio onde não haja que comer, nem que beber. Para algum sítio onde não haja casa, nem fogo, nem tapete, nem esteira.
- Deve ser a nossa casa - diz a criança."

Apontamentos algarvios II - Loulé

Ficou um pouco torta a imagem, mas dá para ver uma das fachadas laterais do belo mercado de Loulé cuja requalificação está em fase final.
Infelizmente, por aqui, há a "política"de deitar abaixo tudo o que é antigo e colocar em seu lugar mamarrachos com muito betão.

Também fiquei a saber que os louletanos amuados têm um jardim próprio com um horário adequado de forma a "desprenderem o burro".

Descendo a rua, encontrei-me com António Aleixo frente a um humilde café que ele frequentava.
Aproveito para vos deixar com estas quadras da sua sábia autoria.

Vós que lá do vosso império
prometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
qu´rer um mundo novo a sério.

.
P´ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.

Apontamentos sulistas I

Apesar do regresso antecipado, o tempo ainda deu para esplanar, ler e namorar frente ao mar!
Como sempre, com uma passagem por Santa Eulália, a praia dos passarinhos...

Depois foi a vez do outro Algarve.
Aqui, em Aljezur, procede-se à reconstrução das muralhas do castelo que estão em ruínas.


Lá de cima do castelo avista-se este o outro "mar" do sul tantas vezes esquecido!

Primavera

E assim chegaste doce e explosiva!

Frente ao mar...

Vou de novo para o sul
Embebedar-me de azul
Esplanar
Ler até fartar
E ali ficar
Extasiada
Pasmada.
Simplesmente
Frente
Ao mar.

A Porta

Assim se chama o livro que eu gostaria de ter começado a ler naquele dia de chuva em que tive de sair, por pura obrigação.
Mas peguei nele na terça à noite e acabei de o terminar.
A sua autora é uma húngara, Magda Szabó, nascida em 1917 e falecida no ano passado, se não estou em erro.
É uma publicação da D. Quixote e deixou-me presa até à última linha.
Segundo o pequeno resumo que normalmente surge no interior da capa é "um romance de uma dimensão humana extraordinária, uma inesquecível homenagem à amizade."
"Um texto brilhante, soberbo e desconcertante."- opinião de um crítico de Le Fígaro.
Aconselho-o vivamente!

Não saias...

Ontem saíste logo de manhã e só voltaste ao fim da tarde!
Não sei para onde foste, mas vinhas, ou por outra vinham os dois bem dispostos.
Fazia sol, embora não muito quente e o céu estava daquele azul que te deixa pasmada a olhar para cima...por isso compreendo essa saída. Se calhar foste a Lisboa almoçar com aquele jovem que me desaloja do quarto multiusos, quando cá vem, mas eu até gosto dele, apesar dessa desconsideração!
Agora hoje, a chover torrencialmente!...
Para onde vais?
Achas que vale a pena?
Não ficavas melhor em casa comigo aninhada no teu colo?

E até tens uma orquídea nova que tentaram entregar-te ontem...
Só que não pude abrir a porta!
Como mais velha tenho que ter muito cuidado com a segurança!
Vá lá, não saias, fica a ler o teu novo livro...

Mulher

Metade mulher metade pássaro
Metade anémona metade névoa


Metade água metade mágoa
Metade silêncio metade búzio


Metade manhã metade fogo
Metade jade metade tarde


Metade mulher metade sonho


Jorge Sousa Braga

No meu jardim...

Embalada pela reportagem da Justine, atrevi-me a enfrentar o lá fora e fui até à outra casa onde há um jardinzinho bem modesto.
Desconheço o nome destas flores, mas lembram a Quaresma, pela cor.

A orquídea que está na varanda tem uma haste quase totalmente aberta...
Talvez lá volte amanhã!

Virose! - disse ele...

Virose! - disse ele, depois de ter passado mais de uma hora de volta do meu companheiro de bons e maus momentos.
Pressenti que a situação era grave e não me enganei!
O meu querido computador teve de ser internado e, depois de uma longa semana em observação e tratamento, voltou hoje.
Espero que venha bem protegido de vírus e outros males para eu continuar a "brindar" os meus visitantes com as minhas "produções", aceder aos meus favoritos e escrever os meus comentários.
E por hoje é tudo porque me encontro deveras cansada! Estive que séculos a ler e a apagar cerca de 300 emails a partir de um programa novo.