Bóiam leves, desatentos,
Meus pensamentos de mágoa,
Como, no sono dos ventos,
As algas, cabelos lentos
Do corpo morto das águas.
Bóiam como folhas mortas
À tona de águas paradas.
São coisas vestindo nadas,
Pós remoinhando nas portas
Das casas abandonadas.
Sono de ser, sem remédio,
Vestígio do que não foi,
Leve mágoa, breve tédio,
Não sei se pára, se flui;
Não sei se existe ou se dói.
Fernando Pessoa - Cancioneiro
Nota: Já quase a terminar o dia mas ainda deu para uma breve homenagem a Fernando Pessoa que morreu a 30 de Novembro de 1935.
domingo, novembro 30, 2014
domingo, novembro 23, 2014
Prova de vida...
Ontem, o Chorus Auris assinalou o seu 42º aniversário com um concerto onde estiveram presentes os coros indicados no cartaz.
Aproveitámos a data para apresentarmos uma nova composição que, contra algumas expectativas mais negativas, até não correu nada mal!É precisamente esta que registo aqui, apesar de não ter o melhor som.
Pelas palmas parece que o espectáculo foi do agrado do público presente.
Com esta "postagem" apenas pretendo dar uma prova de vida!
segunda-feira, novembro 17, 2014
Ninguém é de ninguém...
"Ninguém é de ninguém
Na vida tudo passa
Ninguém é de ninguém
Até quem nos abraça..."
Na vida tudo passa
Ninguém é de ninguém
Até quem nos abraça..."
São os primeiros versos de uma música brasileira bem antiga e muito conhecida.
É verdade que todos somos livres e temos o direito a escolher os caminhos que trilhamos mas o meu pensamento está com os pais, familiares e amigos de João Marinho, o jovem português que se encontra perdido naquela beleza gelada e agreste que são os Picos da Europa!
segunda-feira, novembro 10, 2014
A azeitona não está preta...
Na semana passada passámos pelo olival para ver o estado da azeitona e como prevíamos é pouquíssima, tem bicho e nem sequer está preta! O tempo não lhe correu de feição!
As fotos são de há dois anos...
Costumamos dar a apanha a pessoas conhecidas que entendem bem do ofício e em troca recebemos uma parte em azeite.
Já no ano passado o olival deu pouco mas de boa qualidade, este ano a pouca que há ficará nas oliveiras.
A canção popular "Chapéu Preto" que tem uma quadra alusiva à azeitona não se poderá cantar por aqui.
A azeitona já está preta
Já se pode armar aos tordos.
Diz-me lá, ó cara linda,
Como vais de amores novos.
sexta-feira, novembro 07, 2014
quinta-feira, novembro 06, 2014
Há cidades acesas
No aniversário do nascimento de Sophia de Mello...
Há cidades acesas na distância,
Magnéticas e fundas como luas,
Descampados em flor e negras ruas
Cheias de exaltação e ressonância.
Há cidades acesas cujo lume
Destrói a insegurança dos meus passos,
E o anjo do real abre os seus braços
Em nardos que me matam de perfume.
E eu tenho de partir para saber
Quem sou, para saber qual é o nome
Do profundo existir que me consome
Neste país de névoa e de não ser.
Há cidades acesas na distância,
Magnéticas e fundas como luas,
Descampados em flor e negras ruas
Cheias de exaltação e ressonância.
Há cidades acesas cujo lume
Destrói a insegurança dos meus passos,
E o anjo do real abre os seus braços
Em nardos que me matam de perfume.
E eu tenho de partir para saber
Quem sou, para saber qual é o nome
Do profundo existir que me consome
Neste país de névoa e de não ser.
Etiquetas:
Efeméride,
poesia portuguesa,
Sophia de Mello
terça-feira, novembro 04, 2014
Novembro
(foto da net)
O tempo está assim!
Ora chove, ora faz sol...
Quando era miúda, nestas ocasiões cantarolava:
"Está a chover e a fazer sol
E as velhas a dançar em Rio Maior!"
Lembro ainda um ditado de novembro:
Em novembro põe tudo a secar, que pode o sol não voltar.
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