terça-feira, junho 18, 2013

José Saramago

José Saramago partiu a 18 de Junho de 2010.
Deixo-vos com um pequeno texto retirado de "Cadernos de Lanzarote":

"Já se sabe que não somos um povo alegre (um francês aproveitador de rimas fáceis é que inventou aquela de que "les portugais sont toujours gais"), mas a tristeza de agora, a que o Camões, para não ter que procurar novas palavras, talvez chamasse simplesmente "apagada e vil", é a de quem se vê sem horizontes, de quem vai suspeitando que a prosperidade prometida foi um logro e que as aparências dela serão pagas bem caras num futuro que não vem longe."

Texto premonitório escrito no dia 15 de Abril de 1994!

19 comentários:


  1. E o futuro é hoje e vamos abafando na "apagada e vil tristeza". :((

    Beijinho e obrigada pelas palavras no meu 'aqui'

    Laura

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  2. Os grandes homens, as grandes mentes têm, entre outras, a capacidade de antever o futuro.
    Infelizmente fê-lo coberto de razão.

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  3. Para mim este texto não é premonitório e até poderia ter sido escrito em qualquer altura...
    Para muitos ou para poucos... ele seria/será sempre actual!


    Beijinhos soltos ao vento
    (^^)

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  4. Incrível como parece actual.
    um beijinho
    Gábi

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  5. Ontem fiz referência a um livro dele no On the rocks e hoje tencionava escrever um post em sua memória, mas depois faltou-me o engenho.
    Escolheu um belo excerto para o homenagear, Rosa. Pela acutilância e actualidade que encerra.

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  6. Muito verdadeiro e, infelizmente para nós, muito atual!

    E já passaram três anos!

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  7. É como se J. Saramago estivesse a ver e a viver o agora! Muito bom!



    Um abraço

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  8. "Nem tanto ao mar, nem tanto à terra"... qualquer dia vamos ao ar.
    :(

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  9. Há quanto tempo aqui não venho...
    Incrível! O que eu tenho perdido!
    De facto, parece um comentário da atualidade. Não somos nada inovadores! É uma sina, sei lá!

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  10. Uma das características de Saramago que me impressionou sempre desfavoravelmente foi ele ser sempre um homem tão sério e pessimista. Alguns dirão realista, talvez! Certo é que texto tem tudo a ver com os dias que correm...

    Abraço

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  11. Muito actual, como muitos mais de José Saramago, incrivel!

    beijinho e uma flor

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  12. Realidade dos dias que vivemos.
    Porque será que os mortos anteviam estas situações...?
    Será que os nossos governantes nunca mais despertam daquelas páginas onde se lê sobre o jogo da cegueira...????

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  13. Um "ensaio sobre a cegueira" que a tantos afectou, encandeados pelo brilho excerbado de uma chama que rápidamente esmoreceu.
    Neste país tem sido sempre assim: foram os ouros e as pedras preciosas do Brasil, as sedas e as especiarias das Índias, os minérios e os petróleo de Angola e de Moçambique, os cafés e as canas de açocar de S. Tomé... riquezas imensas que se esfumaram, antes que o país tivesse oportunidade de engrandecer com o seu bom uso.
    Afinal, quase fomos donos de 2/3 do mundo e continuamos os mesmos bacocos que batiam as costas de áfrica, aprisionando pretos, encafuando-os nos porões fétidos das naus, dias a fio, e depois os vendiam a nobres para lhes servir de criados e de instrumento de tortura.
    Algum dia nos cumpriremos; como profetizou Pessoa?
    Duvido...

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  14. Mesmo já tendo conseguido ler Memorial do Convento, ainda não me reconciliei com este nobre senhor.
    Tenho, no entanto, que admitir que sempre viu muito além.

    Aquele abraço, Rosinha!
    E os principezinhos?:)

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  15. Não gosto de Saramago.

    O que ele disse em 1994 não era novidade, há muitos que diziam o mesmo muito antes dessa data...estava na cara, como dizem os brasileiros.

    Fossem outros os "prometedores" e ele nunca diria isso.

    Abracinho :)

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  16. É uma questão de atitude, em cada momento: senão que optem pelas marchas de Lisboa, o Carnaval de Ovar, ou o São João do Porto, entre outras muitas manifestações de se podem desfrutar por todo o nosso Portugal.
    Ainda que o Senhor Saramago seja prémio Nobel, e um grande pensador, não o vamos descobrir agora!...
    Estive com ele em Valencia quando foi eleito Doctor Honoris Causa pela politécnica de Valência... atento e amável, ainda que breve, requeria-o o momento!
    Abraços

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  17. José Saramago há quase 10 anos a falar desta maneira...

    Tenho andado a ler o mesmo e muito sobre o tempo imediatamente antes e depois da implantação da República.

    Não temos emenda!...

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  18. Não, não estou de partida, mas gostava!

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  19. Ele sabia observar o que se passava à sua volta...

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