terça-feira, agosto 16, 2011

Longe do Paraíso

Ontem pude assistir na RTP 1 a este excelente filme franco- estunidense, datado de 2002, sendo Todd Haynes seu realizador, director e autor.
Muito resumidamente, o casal Frank e Cathy Whitaker vivem, com os seus dois filhos, um rapaz e uma rapariga, numa cidade do estado de Connecticut nos EUA, uma existência de perfeição - com sucesso profissional, social, económico.
O homem é um bem sucedido director da maior empresa da região e a esposa é a chamada fada do lar.
Os problemas de alcoolismo que Frank começa a evidenciar escondem um segredo que ela acaba por desvendar quando o encontra em atitudes comprometedoras da sua orientação sexual.
Perante o óbvio confessa à mulher a sua homossexualidade e o casal decide procurar ajuda média. Nos finais dos anos 50, contexto temporal da narrativa, só podia ser considerada uma doença.
Durante este processo de avanços e recuos no comportamento "desviante" de Frank, Cathy aproxima-se afectivamente do seu jardineiro negro, Raymond Deagan, homem culto, sensível e bem parecido.
O enredo tem dois temas que ainda hoje fazem correr rios de tinta - o preconceito racial e a homossexualidade e que estão longe de se esgotarem 
Depois de ter sido ostracizada pela sociedade local devido à sua relação, se bem que platónica, com o jardineiro, Cathy acaba por aceitar o divórcio solicitado pelo marido que assume, sem sabermos em que circunstâncias, o seu amor por um jovem.
Sem amigos e sem dinheiro, ainda tenta seguir Raymond que muda de cidade com a filha pequena  também ela a sofrer as consequências desta relação.
Mas na estação dos caminhos de ferro o homem negro e a mulher branca põem um ponto final na sua história sem final feliz.



Brilhantes interpretações dos actores principais, Julianne Moore, Dennis Quaid e Dennis Haysbert.


Só tenho pena que, para ver um bom filme, tenha de esperar pela meia-noite e meia e acabar por me deitar depois das duas e meia!
Ninguém com um horário a cumprir no dia seguinte pode fazer isto!
Acrescento ainda que, apesar da sociedade preconceituosa em relação aos dois comportamentos, conclui que o conflito racial foi considerado insolúvel ao passo que a homossexualidade entre dois homens brancos foi assumida pelos mesmos.
Seria diferente se um deles fosse negro?
Creio que sim!

19 comentários:

  1. Já vi este filme há algum tempo. Gostei dele pelas interpretações. Não gostei de como termina.
    um beijinho
    Gábi

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  2. Dois temas sempre actuais. Preconceito racial e homossexualidade. Quanto à segunda , eu que sempre aceitei essa maneira de ser feliz, não posso deixar de dizer que para tudo há limites. Veja-se o caso do cabeleireiro de Leiria e o seu parceiro que aparecem numa capa de revista com o seu bébé de 18 meses. Tenham paciência! Digo eu que, se fosse homossexual isso me vexaria tanto ou mais do que as revistas pornográficas com mulheres nuas e etc. Outro problema, que é focado no filme e continua a existir, são os casos de homossexuais não assumidos, que constituem família e que nunca serão felizes nem eles nem a esposa, se calhar nem os filhos.

    Os bons filmes passam geralmente a horas tardias.

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  3. Pois, o problema é esse! Antes de passarem os filmes - alguns muito bons - submetem-nos a toda a espécie de programa para atrasados mentais e uma pessoa - eu, pelo menos, - não é capaz de aguentar!

    O final deve ter sido péssimo!

    Beijinhos e... podes contar mais filmes, que eu gosto!

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  4. Não vi o filme. Há sempre a possibilidade de gravação.:))

    Ele (filme) deve ter pretendido apontar nesses 2 sentidos tabu, até à década de 70 !
    Felizmente que a evolução das mentalidades foi espantosa ! Desde a morte de Luther King (I have a dream) à Presidência , a evolução foi bem notória.
    O mesmo a dizer em relação à aceitação da homossexualidade, que passou de doença a situação “normal” em relativo pouco tempo , mas sem dúvida mais fácil de entender, à época.
    .

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  5. Não sabia que a televisão,às vezes,passava algo que valesse a pena ver.Quando a ligava sentia-me,sempre,insultado.

    Uma sociedade preconceituosa será sempre injusta.

    Um abraço,
    mário

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  6. Querida Rosa, já vi duas vezes este filme e gostei imenso.
    Nunca consigo é ver estes filmes pela noite dentro, pois adormeço antes do 1º intervalo. Não podiam começar a emitir às 10h? Era muito mais plausível!

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  7. Olá!

    Não vi o filme.
    Concordo contigo: a actualidade das questões da homossexualidade e raciais são perenes.

    Bjs

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  8. Rosa
    Também eu vi o filme pelo menos duas vezes, ontem não o vi, mas o que realmente me aborrece é que dão novelas atraz de novelas e os filmes dão muito tarde, para além disso os intervalos têm publicidades por vezes de 20m ou mais e por vezes repetidas, lógico que é com a publicidade que a TV ganha dinheiro, mas acho na minha ignorância que exageram nos intervalos dos filmes, não tenho TV Cabo, mas tenho Parabólica e por norma só vimos filmes noutros canais, mas até esses já têm intervalos com bastante publicidade.
    Beijinho

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  9. Vi esse filme há tempos e coloquei questões semelhantes...
    Quanto aos horáriso dos flmes na televisão generalista nacional são um verdadeiro insulto a quem trabalha.

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  10. Também gostei do filme. O racismo continua presente, disfarçado de “tolerância”; quanto à homossexualidade, a aceitação por parte de certas sociedades ainda não é total; as pessoas de “outra” orientação sexual ainda tem que vencer o ostracismo subtil quanto a casamento e/ou a ter filhos.

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  11. Estou triste, Rosa! Porque não vi o filme no cinema, e ontem, a essa hora, já estava a dormir, claro! Dás-nos contudo uma excelente sinopse do filme,que continua a ser actualíssimo, pois os dois problemas levantados estão ainda longe de estarem resolvidos.
    Vou entar vê-lo em DVD...
    Beijo

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  12. Posso deixar, apenas, um beijinho...posso?:))

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  13. Quando eu vivia aí ou estava de férias (quando foi mesmo??) eu sempre disse que os bons filmes eram para a turma da insônia.

    Quanto ao tema, aborda dois assuntos dos mais polêmicos.

    Boa noite Rosa. A música já chega mais rápido.

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  14. Queixo-me do mesmo!
    Mas assim se conseguem ver e rever filmes extraordinários.

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  15. Caros amigos

    Sou noctívaga, sofro de insónias e não tenho horários a cumprir por isso às vezes arranjo paciência para esperar por programas fora de horas!
    O problema é que às vezes perco mesmo a paciência com o que dão antes e com os intervalos infindáveis!
    Mas valeu a pena o esforço!

    Abraço

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  16. Às vezes também sofro de insónias ou, se calhar, já nem preciso de dormir muito tempo... mas o curioso é adormecer, precisamente, nos intervalos... não aguento a publicidade... se não o for no 1º é no 2º intervalo e depois, fico danada por ter adormecido no sofá... toda torta... aliás, só mais um bocadinho porque torta já eu sou... e refilona também lol

    Bjos

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  17. Não conheço o filme.

    Quanto ao horário, esse é um dos mais bons serviços da televisão pública que temos...

    Tudo de bom

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  18. Querida Isa
    Cá em casa o campeão de filmes aos retalhos é o meu parceiro! :-))

    Abraço

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  19. Em se tratando dos EUA os preconceitos ainda hoje são maiores do que em qualquer outra parte do mundo, digamos, menos avançada.
    São moralistas demais para a cultura que exportam.

    Jokas grandes

    PS - andava mesmo atrasada na tua leitura.

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