A neve pôs uma toalha calada sobre a tudo,
Não se sente senão o que se passa dentro de casa.
Embrulho-me num cobertor e não penso sequer em pensar
Sinto um gozo animal e vagamento penso,
E adormeço sem menos utilidade que todas as acções do mundo.
Alberto Caeiro, in Poemas Inconjuntos
É branca
ResponderEliminarcomo a neve
a Isabelinha
o seu coração
não ferve
de paixão
coitadinha.
Uma consultora de beleza, sugeriu-lhe que comprasse um baton vermelho-vivo (vermelho-defunto só serviria para piorar as coisas, acrescentou) e um vestido negro, bem justo. Ela assim fez e o resultado viu-se: a pele branca, os lábios vermelhos e o vestido negro a moldar-lhe o corpo eram o contraste perfeito e ninguém lhe negava elogios quando antes nem davam pela sua presença.
..................
À Isabelinha, a boneca de neve feita pelos homens da aldeia, não se futurava muito tempo de vida.
Abraço e sorriso gelado.
Muito frio, ontem; esta noite está uma temperatura amena, surpreendentemente amena.
ResponderEliminarCopenhaga...
Saudações
Só sinto ciúme desse cobertor que te abraça...
ResponderEliminarE a neve cai, também naquele local tão longe que queríamos tanto que fosse mais perto... ;)
ResponderEliminarDesculpa cara Rosa dos Ventos, este será sempre o meu poema sobre a Neve.
ResponderEliminarBoas Festas, tudo de Bom, é uma quadra em que normalmente deixo cair algumas lágrimas sinceras.
Balada de Neve
Posted Junho 2, 2006
Filed under: Augusto Gil |
Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
. Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…
E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.
Augusto Gil
Neve...há quantos anos a não vejo...e que saudades deus meu!!
ResponderEliminarGosto de neve...
Nunca vi neve de perto, mas dá um cenário lindo.Beijos e ótimo final de semana
ResponderEliminarTenho uma história nevada que talvez a chegue a contar se cá nevar! :-))
ResponderEliminarClaro que a Balada da Neve é o poema da neve por excelência...
A estas horas a Isabelinha já derreteu, Legível sempre original?
Peço desculpa pela gralha existente no 1º verso.
Abraço
Poesia de Caeiro é sempre... Fernando Pessoa e está tudo dito.
ResponderEliminarPergunto, o frio aí é tanto que sentiste necessidade de invocar o poeta?
beijossssss
___________________Paz
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_______Sinceridade★Estima★.Fraternidade
______Equilíbrio★Dignidade★..Benevolência
_____Fé★Bondade_Paciência.★.Gratidão_Força
____Tenacidade★Prosperidade★.Reconhecimento
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Tal como o Poeta,embrulho-me num cobertor e não penso sequer em pensar.
ResponderEliminarKinkas
Como não... tive que recordar ao bom do José Amador, lá no Infante, que nos obrigou a aprender e a recitar a Balada da neve de Augusto Gil. Quanta beleza naquele poema!
ResponderEliminarTambém gostei deste.
Um grande abraço
Ai que esta neve aqui derretia antes de acabar de dizer a palavra.
ResponderEliminarComo dizia a mulher da novela:"Jesus, me abana"!
bom dia Rosa
Espero que a apresentação na festa de Natal corra ou enha corrido bem.
ResponderEliminarBOM NATAL!
Abraço
o poeta não gostava de fazer bonecos de neve, apenas bonecos de palavras...
ResponderEliminarabraço Rosa
Rosa,
ResponderEliminargela a neve o nosso corpo,
não consegue ainda assim,
congelar tudo o resto
que somos.
Que sempre seremos.
Um abraço, nesta quadra, como o abraço fora de quadra ou de verso.
Muito amor e paz.
PS- Lá vamos nós pôr de novo o avental de pano cru:) e cansarmos-nos até cairmos para o lado. :) Se bem me lembro tu caíras aos pés da lareira e eu, coitadinha, mulher de cidade, aos pés de um calorifero ranhoso que faz barulho de ventoínha e deita cheiro a poeira. :))