Vezes sem conta vi a minha mãe debruçada sobre a sua velha Singer.
À sua maneira era uma artista, sentava-se para costurar como se fosse tocar piano...
Partiu há quatro anos e eu mal tive tempo de a chorar!
Deixo-vos em sua homenagem este poema de Eugénio de Andrade que, estranhamente, me fala dela.
Casa na chuva
A chuva, outra vez a chuva sobre as oliveiras.
Não sei por que voltou esta tarde
se a minha mãe já se foi embora,
já não vem à varanda para a ver cair,
já não levanta os olhos da costura
para perguntar. Ouves?
Oiço, mãe, é outra vez a chuva,
a chuva sobre o teu rosto
de Escrita da Terra.
Eugénio de Andrade
As mães... Presença constante nas nossas memórias. Também eu, tenho tantas saudades de vê-la agarrada à nossa velha Singer ;(
ResponderEliminarMuito bonito este poema do EA.
ResponderEliminarAfinal ele "poemava" a vida ao pormenor...
Abraço
Belo poema para homenageares a tua mãe, Rosa.
ResponderEliminarBeijo e abraço
Este poema traz-me lembranças da infância que a minha mãe também era costureira. Mas eu ainda a tenho comigo, felizmente.
ResponderEliminarGosto de chuva. Temperadinha, como dizia a avó.
beijos em sexta de Sol (por enquanto)
Que bonito poema, Rosa dos Ventos...e que bonita homenagem...
ResponderEliminarPor mais que tenhamos discordado....refilado...contestado...depois, fica uma saudade imensa!!!
Bom fim-de-semana.
Beijitos
Triste, mas muito bonito! Também me lembrou a minha mãe... Um abraço.
ResponderEliminarEu fiquei com a velha máquina Singer, já ninguém costura...
ResponderEliminarBeijinho*
Que bela e comovente evocação!Tu consegues achar sempre a Palavra Certa ainda que pegando na partitura executada na Singer.Tenho ainda a 2ª Singer (1944 ,talvez) onde entorto cada bainha que me atrevo a agredir e ouço o conselho :"nunca se começa a coser pondo a mão na rodinha,mas com o pedal".Kincas( de lágrimas)
ResponderEliminarternura na homenagem
ResponderEliminaro verso certo... na hora certa1
beijo
luísa
Um poema que nos diz muito mais do que, o que está escrito. Compete a cada um 'imaginar'.
ResponderEliminarFica bem.
Felicidades.
simplesmente belos. os dois textos. *
ResponderEliminarQuem tem uma Mãe tem tudo
ResponderEliminarquem não tem ,não tem nada ...
A minha que também tinha uma Singer , desapareceu há 33 anos .
um beijo, bela Rosa
ResponderEliminarFalas de mãe. Hoje falo dos filhos.
ResponderEliminarbeijos doces
um lindo poema de EA
ResponderEliminarO Eugénio de Andrade é mesmo de raspar fininha a pele da alma da gente. Só se compara a um outro, do Bandeira, que fala tao bem assim, sem ser piegas como as trovinhas da nossa infância. Bonita escolha, Rosa! Beijinhos
ResponderEliminarouves?
ResponderEliminaroiço......
jocas maradas de sentires
Posso levá-lo para o meu blog? o teu poema?
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