O meu gosto por enigmas levou-me a um escritor português que apenas conhecia da crítica literária.
Eu passo a explicar.
Aqui há uns tempos, a Gábi do blog Redonda, que podem encontrar nos meus favoritos, lançou uma questão à qual respondi e ela teve a gentileza de me enviar como prémio este livro de J. Rentes de Carvalho que me deixou rendida à sua prosa.
De ascendência transmontana, J. de Carvalho nasceu em Gaia em 1930, frequentou Românicas e Direito em Lisboa e, por razões políticas, abandonou o país. Viveu no Rio de Janeiro, S. Paulo, Nova Iorque, Paris, acabando por fixar em 1956, em Amesterdão, na Holanda..
Este romance conta, na primeira pessoa, a história da sua família originária da aldeia de Estevais, concelho de Mogadouro, provavelmente um pouco ficcionada.
Entre o cenário da aldeia, da rudeza das terras transmontanas, da luta das suas gentes pela sobrevivência e Gaia/Porto onde nasceu e viveu com os pais move-se uma família com as suas grandezas e misérias, amores e desamores e segredos mal adivinhados.
"Ernestina", o nome de sua mãe, é uma homenagem a esta mulher de uma enorme complexidade psicológica e é, estranhamente, o nome de uma jovem referida nas últimas páginas do romance que o autor faz terminar quando tem 15 anos.
Nota: fiz uma muito breve referência à biografia de J. Rentes de Carvalho e uma pequena abordagem do conteúdo deste romance que já vai na 7ª edição na Holanda.
Fiquei fã deste autor e agora vou "lançar-me" a um outro livro seu intitulado "A Amante Holandesa".
Se desse lado houver alguém que possa enriquecer este insípido testemunho, agradecia!