O beijo da quilha
na boca da água
me vai trocando entre céu e mar,
enquanto
na funda transparência
sinto a vertigem
da minha própria origem
e nem sequer já sei
que olhos são os meus
e em que água se naufraga a minha alma
Se chorasse, agora,
o mar inteiro
me entraria pelos olhos.
Mia Couto
Nota: Gosto de Mia Couto como prosador, não o conhecia como poeta e fiquei encantada com esta Viagem.
A imagem é da Net.
.
Também não lhe conhecia os dotes poéticos, embora os textos dele sejam todos poéticos...
ResponderEliminarGrande escritor este homem é!
Obrigada e um beijinho
Que maravilha, também desconhecia.
ResponderEliminarBeijinho*
Eu peço desculpa, mas já conhecia a poesia do Mia...
ResponderEliminarE gosto dele tanto em prosa como em poesia, é intenso!
A foto foi muito bem escolhida, Rosa.
Um abraço
Que poesia linda...
ResponderEliminarNão sabia que escrevia poesia também.
Boa semana, Rosa.
Beijitos
Cara Rosa,
ResponderEliminar"abriu-me" o apetite para as letras de Mia Couto :)
Obrigada!
Pois olha Rosinha, entre a imagem e o poema...
ResponderEliminarSim, claro, o poema reduz-nos à dimensão humana, metaforizada (não sei onde fui desencantar este termo)pela intercepção do homem entre o mar e o céu, a imagem do veleiro, para lém de realizar a metáfora... desafia os elementos, ou seja, reflecte a complitude humana.
Afinal é para isso que por cá andamos... lutar contra eles, para que possam ser reais.
;)))
Grande Mia Couto! Um dos meus preferidos...
ResponderEliminarAdoro Mia Couto!!!
ResponderEliminarNão me admira que Mia Couto fizesse poesia, é um escritor fantástico, onde a escrita flui, por isso chega à poesia.
ResponderEliminarSabes só quando for de férias é que deixo de me lamentar, prá já tenho autorização para gozar uma semana na segunda semana de Março, agora tenho que escolher o hotel e depois é só marcar, ando a fazer contas, mas quase certo que vou. Eu quero muito ir, eu preciso.
Beijos
Rosa,
ResponderEliminarvénia a Mia Couto que de tantas formas (prosa, poesia, discursos, cartas)dá voz a tantos pensamentos e sentimentos que também partilho.
Uma escrita de carne e de sonho.
Vénia também para ti que aqui tão bem o documentas.
Fazer frente às ondas.
Vamos nessa :)
Um beijo e uma boa semana para ti, que eu estou de mochila às costas em busca de verdes e cabras e cheiros a lenhas :)
Já conhecia o poema e realmente é muito bonito*
ResponderEliminar=)
Achava que conhecia bem Mia Couto mas nunca tinha lido poesia. Vou procurar encontrar alguma coisa publicada. Para além de um escritor especial é um ser humano excepcional e corajoso.
ResponderEliminarObrigada.
Cara Goiaba
ResponderEliminarCom a mudança de computador perdi alguns blogues e não consigo entrar neles.
O teu é um deles!
Obrigada pelas visitas!
Abraço
Caros amigos virtuais e não só
ResponderEliminarComo diz a Justine quase toda a prosa de Mia Couto é poética, mas a mancha gráfica, o ritmo , a linha melódica e a rima é que eu não conhecia.
Vou mesmo procurar mais, como dizem alguns visitantes.
Este poema encontrei-o no livro que veio como oferta no 1.000º exemplar de Jornal de Letras.
Abraço
muito bonita, rosa.
ResponderEliminarassocio mia couta a palavras ternurentas e do fundo da alma.
beijo