segunda-feira, novembro 30, 2020
sexta-feira, novembro 27, 2020
quarta-feira, novembro 25, 2020
Pas de nouvelles, bonnes nouvelles
Esta máxima francesa é dita vezes sem conta, até por mim.
Só que as notícias nem sempre são notícias, muitas vezes querem apenas dizer "Estou aqui, penso em ti!"
Desde que fiquei sozinha que recebo diariamente um telefonema do meu filho. Entre as 7 da tarde e as 8 o telemóvel toca e de lá vem o habitual:
- Tudo bem por aí, mamã?
- Tudo bem, meu filho! E por aí?
- Tudo bem, já estamos os três em casa e está tudo em ordem.
O meu filho não é de muitas palavras mas estas chegam-me para ficar sossegada.
Claro que às vezes nos alongamos mas não vem ao caso agora.
segunda-feira, novembro 23, 2020
Eu e a NOS
Por aqui está a desenrolar-se uma espécie de telenovela cujo título é "Sem NET".
Já cá vieram técnicos a casa por 5 vezes, acabaram de sair agora e declararam que iriam reportar à equipa técnica do exterior porque já mudaram todos os cabos e mais nada poderiam fazer.
Vim rapidamente dar notícias, não fosse alguém estar preocupado com o meu silêncio e antes que a NET volte a cair.
Está assim justificada a minha ausência nos vossos blogues.
Desejo que todos estejam bem de saúde!
quarta-feira, novembro 18, 2020
Arrisquei
A pracinha das traseiras, que observei de Março a Junho, está como nunca a vi, melancolicamente outonal mas bonita.
O apartamento estava com aquele ar um pouco négligé que costumam ter as casas de rapazes.
Não me preocupei com arrumações, levava refeições preparadas e foi à mesa que o espírito de família veio à tona.
Nada como uma mesa com a ementa preferida deles mais a alegria e o gosto pela conversa que temos os quatro para nos sentirmos felizes.
Dizem que os avós não devem aproximar-se dos netos mas eu, sem me agarrar a eles, mantive-me por perto.
Não há de ser nada!
sexta-feira, novembro 13, 2020
O Inato e o Adquirido
Estou a ler em francês um ensaio da escritora canadiana Nancy Huston com o título Nord Perdu.
O tema gira à volta de toda a problemática relacionada com o bilinguismo falso ou verdadeiro.
Às tantas escreve:
"Que nous le voulions ou non, nous ressemblons corps et âme à nos parents, à nos grands-parents, au peuple dont nous sommes issus, à nos compatriotes...Ils nous déterminent: non en totalité mais en partie.
Être juif ou noir, homme ou femme, pute ou voleur, canadienne ou française, cela existe, dans la realité et pas seulement dans le regard des autres et cela entraîne des conséquences. La contrainte autant que la liberté, est partie intégrante de notre identité humaine.
En fin de compte nous ne sommes entièrement libres que dans nos désirs et non dans nos réalités.
Penso que os amigos que passam por aqui dominam bem a língua francesa, embora este ensaio talvez interesse mais à Catarina e à Teresa como bilingues ou mesmo poliglotas.
segunda-feira, novembro 09, 2020
Ainda há quem escreva cartas
Ontem tive como convidados para o almoço a minha irmã e o único tio que me resta do lado paterno e que vivem a 15 kms de mim.
De uma irmandade de nove, este é o mais novo nos seus 92 anos muito lúcidos, muito comunicativo mas bastante surdo e a perder sempre os aparelhos.
Casado e sem filhos teve o azar de ver a sua companheira de 65 anos em comum a ter que ir para uma residência sénior por falta de logística espacial numa casa que tem todo o conforto mas onde uma cadeira de rodas não se movimenta.
Perante a situação atual só a pode ver à distância e através de um vidro. Como ela não consegue articular bem as palavras e ele não a ouve bem disse-me ontem que começou a escrever-lhe cartas.
Achei de uma enorme ternura tanto mais que a tia, nos seus 89 anos, perdeu a coordenação dos movimentos das mãos e não lhe pode responder.
Neste contexto de pandemia e com os lares com imensos focos, a vida dos que lá se encontram está a ser ainda mais dolorosa.
Espero que estas missivas conjugais sejam um lenitivo para a solidão da minha tia.
sexta-feira, novembro 06, 2020
CTT
Nos 500 anos dos CTT uma homenagem aos carteiros.
Em menina e moça passava dias e horas a suspirar pela sua chegada quando estava de férias.
Agora só aparecem contas para pagar!
segunda-feira, novembro 02, 2020
Distração ou velhice?
Depois de ter perdido este livro de vista durante alguns meses, porque tenho a mania de ler vários ao mesmo tempo e as minhas estantes não primam pela arrumação, acabei de o encontrar na sexta-feira.
É o diário bem-humorado de um idoso holandês que vive numa residência sénior, um conceito um pouco diferente de lar sénior, onde a dependência e o fechamento ao exterior são mais marcantes.
Transcrevo um pequeno extrato no qual me revi no sábado por não encontrar a chave do carro e de ter de usar a suplente.
"Esta manhã não encontrava as minhas chaves em lado nenhum. O meu quarto que não é muito grande, virado de pernas para o ar. Felizmente estava sem pressa. Andei seguramente uma hora à procura, quase sem praguejar, e acabei por encontrar as chaves no frigorífico. Distração. Os velhos, tal como as crianças, perdem sempre tudo, mas já não têm a mãe que lhes diz onde procurar."