Ontem, a propósito do 50º aniversário do abalo sísmico que pôs Portugal a tremer, literalmente de norte a sul, fiz uma referência ao facto no Facebook.
Nessa altura vivia em Almada, dava aulas em Setúbal, morava num 4º andar de um edifício novo que ainda estava "desamparado" do lado direito, precisamente o meu.
Acordei alvoroçada com o abanão, levantei-me, atravessei o hall e fui até à cozinha de onde avistava o Cristo-Rei, bem a tempo de o ver oscilar.
Voltei para o quarto e deitei-me perante as calmas palavras do meu parceiro.
"Não conhecemos ninguém aqui, metermo-nos no elevador é disparate e descermos as escadas igualmente."
Quando tudo acalmou, viemos à varanda e a vizinhança andava praticamente em trajes menores no meio da rua.
Claro que não disse isto tudo no FB!
Hoje tinha um comentário de uma sobrinha, por via conjugal, que vive na margem sul a dizer que desconhecia o facto de ter vivido em Almada e se eu não tinha saudades da margem sul.
Penso muitas vezes nesse tempo em que via o Tejo todos os dias e também penso como seria a minha vida se aí tivesse continuado.
Só que ninguém sabe como seria se tivesse sido de outra maneira!