Vidro Côncavo
Tenho sofrido poesia
como quem anda no mar.
Um enjoo.
Uma agonia.
Sabor a sal.
Maresia.
Vidro côncavo a boiar.
Dói esta corda vibrante.
A corda que o barco prende
à fria argola do cais.
Se vem onda que a levante
vem logo outra que a distende.
Não tem descanso jamais.
António Gedeão, in Poesias Completas
Interessante poema de Rómulo de Carvalho, perdão, António Gedeão.
ResponderEliminarCuriosidade: deu nome a uma escola, no Concelho onde vivo.
Abraço, Leo, bom dia de domingo.
Além de poeta, ilustre professor e orientador de estágio em Físico-Química!
EliminarAbraço
Poema que transmite uma sensação de sofrimento e agonia, usando imagens marítimas como o mar, a maresia e o vidro côncavo a boiar. A metáfora da corda vibrante presa ao cais também sugere uma sensação de tensão e de estar à mercê das ondas, que vêm e vão.
ResponderEliminarAbraço da amiga muito sensível e intensa de emoções 🖤
A agonia decorre da criação poética que se confunde com a vida.
EliminarPenso que não há criação sem sofrimento.
Abraço
A primeira ideia que me veio à mente foi distorçāo.
ResponderEliminarA poesia leva-nos a múltiplas interpretações.
EliminarAbraço
Um poema muito belo e triste de um dos nossos Grandes.
ResponderEliminarTambém eu estou, hoje, particularmente sensível...
Um abraço
Não há poetas felizes!
EliminarAbraço
António Gedeão, aliás, Rómulo de Carvalho sempre
ResponderEliminara surpreender-nos.
Um poema de amor sofrido e lindo.
Abraço
Olinda
Não o interpretei como um poema de amor, mas um poema sobre a criação poética que se confunde com a vida.
EliminarAbraço
Um poema de uma grande realidade dos altos e baixos da vida!
ResponderEliminarBeijos e um bom dia!
Uma interpretação muito ajustada ao poema!
EliminarAbraço
Um dos meus poetas favoritos !
ResponderEliminarAbraço, boa semana
Também meu!
EliminarAbraço
"Sofrer Poesia", como quem navega no mar alto, é um dom que eu gostaria de possuir.
ResponderEliminarAntónio Gedeão recebeu esse dom.
Não conhecia o poema e adorei, por ser tão realista, dentro do conceito poético.
Um abraço.
Também eu gostaria, mas parece que é um dom bem sofrido.
ResponderEliminarAqui há um paralelo entre a criação poética e a vida cheia de sobressaltos.
Abraço