quarta-feira, março 30, 2022

A Mulher do meu Marido



Sou fã da RTP2 onde vejo o telejornal de meia hora e as séries que se seguem.
Atualmente está a passar "A Mulher do meu Marido", série finlandesa que relata os acontecimentos traumatizantes que desabam sobre duas famílias quando um empresário de sucesso morre e essas duas famílias se veem diante de um facto desconhecido, ele tinha uma família em Talin, na Estónia onde estava sediada a sua fábrica e outra em Helsínquia, na Finlândia, dividindo-se entre elas.
As duas mulheres tinham o mesmo marido e os filhos tinham o mesmo pai. A relação entre as duas começa muito mal mas acabam por fazer algum esforço de entendimento para salvarem a herança delas e dos filhos uma vez que ele tinha deixado os negócios muito periclitantes. 
Ainda não terminou mas adivinha-se um caminho árduo até a um final feliz ou pelo menos satisfatório.
Gosto das séries nórdicas pela contenção dos diálogos e das personagens, pelos silêncios prolongados que mostram a luta que se passa dentro delas,  pelo preto e branco das paisagens, pela música. 
È ficção mas não deixa de refletir o real.
Acontece!
 


 

segunda-feira, março 28, 2022

Para dasanuviar


 

Tenho andado a limpar algumas das prateleiras da casa onde se foi acumulando tralha ao longo de mais de 50 anos.

Dar, chamar um alfarrabista, pôr à venda no OLX, contactar vendedores de feiras de antiguidades, tenho pensado em tudo e mais alguma coisa e isso tem-me trazido alguma azia.

Pouca coisa tem ajudado a aliviar este misto de cansaço e de indisposição por isso decidi embrenhar-me na leitura deste livro que nada tem de literário.

É uma história verdadeira que narra a tentativa de um sem-abrigo, a viver numa residência assistida, e toxicodependente em recuperação, a sair do poço sem fundo onde mergulhou.

O discurso é feito na 1ª pessoa e a grande ajuda que ele vai encontrar para sair desse caminho sombrio é um gato que simplesmente o adotou, antes que ele o adotasse.

É um livro reconfortante.

segunda-feira, março 21, 2022

Dia Mundial da Poesia

 Para assinalar este dia escolhi José Saramago, no ano do centenário do seu nascimento.


A Ponte


Vidraças que me separam

Do vento fresco da tarde

num casulo de silêncio

Onde os segredos e o ar

São as traves de uma ponte

Que não paro de lançar


Fica-se a ponte no espaço

À espera de quem lá passe

Que o motivo de ser ponte

Se não pára a construção

Vai muito mais da vontade

De estarem onde não estão


Vem a noite e o seu recado

Sua negra natureza

Talvez a lua não falte

Ou venha a chuva de estrelas

Basta que o sono consinta

A confiança de vê-las


José Saramago, in "Provavelmente Alegria"

quinta-feira, março 17, 2022

Primavera



A glicínia começou a florir, as andorinhas mantêm-se serenas...



e a frésia branca completa a ornamentação do quintalório das traseiras.
A cor e o cheiro já anunciam a Primavera e o tom amarelado da atmosfera desapareceu.

 

sábado, março 12, 2022

O poeta faz-se aos 10 anos


Fui passar uns dias a Lisboa e, na quarta feira, quando seguíamos de carro para jantar num restaurante, ouvi a voz do mais velho dos netos, lá atrás, a dizer:

-Acabei de fazer um poema mas sem rima!

- Então diz lá o poema!

A muito custo lá saiu mas não era bem assim, no entanto foi como ele o escreveu quando chegou a casa.


Adoro a chuva

De noite ou de dia,

Adoro o seu cheiro maravilhoso, 

Tal como o seu som

Calmante.


Nota: Será isto poesia?

quinta-feira, março 03, 2022

Little Shirley Beans



Estou a acabar a leitura da obra de J.D. Salinger, "O Apanhador no Campo de Centeio", em inglês " The Catcher in the Rye."
Holden Caulfield, um jovem de 16 anos, é o narrador na 1ª pessoa e deparamo-nos com alguém que está de mal com o mundo e consigo. Tem um amor especial pela irmãzinha mais nova e decide comprar-lhe um disco que fala das crianças que têm vergonha de sair à rua por estarem desdentadas.
Claro que isto não é o resumo da narrativa, é apenas um pretexto para vos oferecer esta delícia de música e ao mesmo tempo uma homenagem a todas as crianças desdentadas do mundo.
Não me lembro de estar desdentada mas lembro-me de me aborrecer solenemente com os enormes dentes que me apareceram depois!