sexta-feira, fevereiro 26, 2021
segunda-feira, fevereiro 22, 2021
O rapazinho do fato de treino
Tinha para aí 9/10 anos, moreno, cabelo e olhos bem escuros, vestia um fato de treino demasiado largo para ele, tinha máscara e um certo ar de cansaço ou vergonha. Estava à saída do mini mercado onde me abasteço, muito perto da minha casa.
Dirigi-me ao carro, coloquei as compras lá dentro e olhei-o, ele também me fixou sem desviar o olhar.
Perguntei-lhe se queria alguma coisa e ele acenou que sim. Estendi-lhe algumas moedas que ele meteu no bolso, sem dizer nada.
Depois aproximou-se estrategicamente de outro carro que acabava de estacionar ao lado do meu.
Deu-me a nítida sensação que este rapazinho não estava habituado a pedir.
quinta-feira, fevereiro 18, 2021
Conclusão da Experiência
A experiência que fiz tem a ver com a comparação do meu mural do FB e do meu blogue-
Coloquei a mesma imagem do vaso de violetas e a mesma pergunta nos dois espaços.
No FB contei apenas os comentários verbais, deixei de fora todas as mensagens icónicas e foram 18 esses comentários.
No blogue houve 13 comentários.
Do ponto de vista de conteúdo houve referências a La Violetera, de Sarita Montiel, a memórias de infância de quintais/jardins de familiares muito queridos, referência ao aroma, à cor, ligação à Primavera , às andorinhas, à renovação, ao recomeço, à beleza dos pequenos pormenores, ao poder da terra, uma amiga do face disse que é do tempo em que se vendiam raminhos de violetas no Chiado e a nossa amiga Teresa lembrou as flores preferidas da Teté.
Tirando esta lembrança só possível no blogue, pude concluir que não houve um estilo diferente entre uns e outros comentadores.
Seria da imagem, seria da pergunta, seria da postura de uns e outros?
Falta-me dizer o que me lembra o tal vaso:
. A Moda das Tranças Pretas - cantado por Vicente da Câmara
.La Violetera - cantado por Sarita Montiel
E ainda os longos passeios pelos campos da minha infância na companhia da minha amiga F. (que já partiu há uns anos), em busca de violetas com as quais nos armávamos em perfumistas.
domingo, fevereiro 14, 2021
Experiência
Lembrei-me de fazer uma experiência a partir desta pergunta:
- O que vos lembra este vaso de violetas?
quarta-feira, fevereiro 10, 2021
A minha rua
Já por aqui disse que na minha rua há três conventos, dois deles têm capelas abertas ao público.
O que não disse é que a minha rua é a "rua do lá vai um" a pé, já de carro não direi o mesmo.
Desde que colocaram lombas numa das saídas para sul, a opção foi o escape por aqui, para pouparem nos amortecedores.
Como não passei nesta santa terra o 1º confinamento, não sei como foi mas agora, com as missas e os terços online, não passa mesmo ninguém.
As devotas da missa do meio dia e do terço das 6 da tarde ficam em frente do computador ou do canal Canção Nova e a rua pasmou de vez.
Estou a exagerar um pouco, afinal os únicos vizinhos com quem tenho contacto visual/verbal de um quintal para o outro chegaram de Paris há dias, onde foram passar o Natal com um filho.
E o Kiss, o cãozito que ficou de férias em casa da filha do casal, voltou ao lar e eu voltei a ouvi-lo ladrar, o que é um excelente sinal de vida no meio desta pasmaceira!
quinta-feira, fevereiro 04, 2021
Ítaca
Ando a ler um livro que me levou ao conhecimento do poeta grego-otomano Konstantinos Kaváfis que nasceu e morreu em Alexandria.
Pensava eu que seria egípcio mas o Google dá-me esta informação. Deve haver razões de ordem histórica para tal, talvez tenha a ver com o Império Otomano.
E aqui está o poema que me levou até ele:
"Quando abalares, de ida para Ítaca,
Faz votos por que seja longa a viagem,
Cheia de aventuras, cheia de experiências.
E quanto aos Lestrigões, quanto aos Ciclopes,
O irado Poséidon, não o temas,
Disso não verás nunca no caminho,
Se o teu pensar guardares alto, e uma nobre
Emoção tocar tua mente e corpo.
E nem os Lestrigões, nem os Ciclopes,
Nem o fero Poséidon hás de ver,
Se dentro d´alma não os transportares,
Se não tos puser a tua alma à tua frente."
Segundo a personagem que o recita é mais do que um poema, é o percurso da vida de cada um de nós que nem sempre chega a bom porto, tantos são os perigos.
É preciso guardar alto o nosso pensar enquanto viajamos para Ítaca!