Quando trabalhava li bastantes artigos pedagógicos sobre o conceito fechado da sala de aula, uma espécie de caixa negra que só era aberta quando algo corria mal.
No actual contexto todos os professores, quer do Estudo em Casa quer das sessões síncronas da responsabilidade dos agrupamentos escolares, estão expostos aos olhares e ouvidos de milhares de assistentes e não apenas dos seus alunos.
Pais, avós e outros acompanhantes sentam-se ao lado das crianças mais novas, sobretudo do 1º ciclo, por falta de autonomia e desembaraço para certos registos.
Assim vamos formando uma opinião sobre os professores que os acompanham desde o início do ciclo. Com uma linguagem de uma enorme afectividade, notam-se as regras que foram implementadas na sala. Ninguém interrompe ninguém, cada um espera pela sua vez, dirigem-se ao professor com à vontade mas com respeito.
Já no Estudo em Casa a linguagem não tem marcas carinhosas mas usam bastantes expressões de incentivo à aprendizagem.Uns mais sorridentes, outros mais sérios, uns mais seguros, outros mais agarrados aos apontamentos, cada um faz o possível para atingir os objectivos propostos - transmitir conhecimentos e diminuir as desigualdades em relação à falta de rede, de computadores, de tablets, de telemóveis, partindo do princípio que toda a gente tem televisão.
Mas as desigualdades persistem porque nem todos têm o mesmo tipo de acompanhamento.
Nada pode substituir as aulas presenciais na escola com as crianças em interacção entre si e com os seus professores.
Mesmo que a sala de aula continue a ser uma caixa negra!