Nasci numa terra que tem três características que a distinguem de todas as outras.
Tem a melhor Banda Filarmónica de Portugal e arredores, tem um dialecto que começou por ser uma forma de comunicação dos vendedores de mantas e de compradores de lãs entre si, de forma a ninguém lhes estragar o negócio e tem um polje, uma lagoa que só enche em anos de muita chuva.
Este ano está assim.
Quando era criança esta baixa era cultivada com vinha e as cheias formavam uma lagoa sem vegetação à vista. Toda a gente com "alguma coisinha de seu" tinha vinhas na Mata, assim chamamos a este imenso espaço, até eu, por herança, tenho lá parte de uma vinha que mal consigo identificar agora.
O abandono dos campos e a dedicação à indústria têxtil transformaram a Mata numa verdadeira mata.
Quem vem na A1, ao km 100 consegue adivinhar esta beleza.
Com este texto nada científico, com a ligeireza habitual e com estas fotos tiradas no domingo desejo-vos que possais atingir todos os vossos objectivos em 2020!
PS. Se calhar já tinha falado deste meu mar...