tag:blogger.com,1999:blog-33381975.post1767900154832370255..comments2024-03-28T14:23:01.937+00:00Comments on Rosa dos Ventos: Cantemos o Novo DiaRosa dos Ventoshttp://www.blogger.com/profile/13213348454724775763noreply@blogger.comBlogger21125tag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-74264135344819618712009-04-29T18:42:00.000+01:002009-04-29T18:42:00.000+01:00Peço desculpa por me dirigir apenas ao Rodrigo "Pe...Peço desculpa por me dirigir apenas ao Rodrigo "Perdido"!<br /><br />Gostei de te reencontrar...<br />Pijamas de seda?!<br />Por aqui só se aguenta a flanela! :-))<br />Diz-me, pelo menos, onde te posso encontrar de forma a comentar-te.<br />A complexidade doa tua blogosfera pessoal deixa-me perdida...<br /><br />AbraçoRosa dos Ventoshttps://www.blogger.com/profile/13213348454724775763noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-80192144053681445142009-04-29T14:54:00.000+01:002009-04-29T14:54:00.000+01:00... Abril e Maio. Dois meses para guardar bem guar...<I>... Abril e Maio. Dois meses para guardar bem guardados na nossa memória colectiva. Que os homens* que escrevem a História deste país, deles nunca se esqueçam.<br /><br />abraço primaveril.<br /><br />* ... e as mulheres, obviamente.</I>Alberto Oliveirahttps://www.blogger.com/profile/15611872967117422697noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-46835243886120942552009-04-28T10:12:00.000+01:002009-04-28T10:12:00.000+01:00Gostei tanto de vos ver, de vos ouvir, de ter vivi...Gostei tanto de vos ver, de vos ouvir, de ter vivido numa cidade momentaneamente viva, a 25 e a 26 de Abril, com a Biblioteca, com o karting à roda do Centro de Negócios, com os coros e os miúdos a tocarem na Mousinho de Albuquerque. Que bom seria se...<br />E sabias que o cantemos o novo dia da Luisa Irene foi o hino do MUD juvenil?<br />Beijosdo Zambujalnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-3616933057361071842009-04-27T14:46:00.000+01:002009-04-27T14:46:00.000+01:00OLá :)
Vinte e cinco de Abril sempre
Cravos, papo...OLá :)<br /><br />Vinte e cinco de Abril sempre<br />Cravos, papoilas o que quiser<br />Adoro tudo o que me lembre<br />Amor e esperança tem de haver!<br /><br />beijinhos estreladosBelisahttps://www.blogger.com/profile/02086734930966930774noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-50916465152421963452009-04-26T22:45:00.000+01:002009-04-26T22:45:00.000+01:00Com o fim de semana a terminar e não é que surgiu ...Com o fim de semana a terminar e não é que surgiu um problema com o numero 1.<br />Só nos faltava mais esta.!<br /><br />Um abraçofjhttps://www.blogger.com/profile/08972619301970783217noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-83012691545637227552009-04-25T21:59:00.000+01:002009-04-25T21:59:00.000+01:00Obrigada ao Alberto David pelo poema de Ary dos Sa...Obrigada ao Alberto David pelo poema de Ary dos Santos. Tive saudades da sua loucura, dos seus momentos de "clarividência".goiabahttps://www.blogger.com/profile/00297835827090371625noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-30463858447490677802009-04-25T21:57:00.000+01:002009-04-25T21:57:00.000+01:00Papoila vermelha também é símbolo de liberdade e o...Papoila vermelha também é símbolo de liberdade e o poema que escolheu é esperança. <br />Abraçogoiabahttps://www.blogger.com/profile/00297835827090371625noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-91347829808939436992009-04-25T18:50:00.000+01:002009-04-25T18:50:00.000+01:00... está a ver o filme "capitães de abril" e grita...... está a ver o filme "capitães de abril" e grita... liberdade, melancia! vitória...ehehe <br />faz a festa... deita os foguetes... e<br /><br />convite:<br />http://bananaouchocolate.blogspot.com<br /><br />beijos com aroma de cravo, rosa<br />luísapin gentehttps://www.blogger.com/profile/12818973383142132478noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-57252438200595338702009-04-25T14:15:00.000+01:002009-04-25T14:15:00.000+01:00cantemos sem se esquecermos de dizer não e nunca m...cantemos sem se esquecermos de dizer não e nunca mais.<br /><br />abraço RosaLuis Emehttps://www.blogger.com/profile/09923372204996285155noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-43795720862444267462009-04-25T12:01:00.000+01:002009-04-25T12:01:00.000+01:00Não falte nunca a esperança!
Beijinho Rosa-Papoil...Não falte nunca a esperança!<br /><br />Beijinho Rosa-Papoila, neste dia:)Maria P.https://www.blogger.com/profile/08067445518452715136noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-52032832249861655622009-04-25T00:50:00.000+01:002009-04-25T00:50:00.000+01:00"Rosa" um bom concerto para domingo... outros cant..."Rosa" um bom concerto para domingo... outros cantares me impedem de a ir ouvir, mas prometo que fica para uma próxima vez.<br /><br />Bom fim de semana... de cravo ao peito!Sendyourlovehttps://www.blogger.com/profile/06702928090010757602noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-60643105835876994262009-04-24T20:01:00.000+01:002009-04-24T20:01:00.000+01:00Que nunca te doa a voz para cantar!
Um novo dia em...Que nunca te doa a voz para cantar!<br />Um novo dia em todos os dias novos!<br /><br />Um abraço e um cravo VermelhoMariahttps://www.blogger.com/profile/14772130249656568046noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-71317642336733221912009-04-24T19:40:00.000+01:002009-04-24T19:40:00.000+01:00Tudo isto que leio por aqui é tão lindo... foi tão...Tudo isto que leio por aqui é tão lindo... foi tão lindo!!!!<br /><br />Hoje... apenas as lágrimas rolam quando penso no que se podia ter conquistado e ficou pelo caminho.<br /><br />Sou optimista. Tenho esperança a rodos, mas...<br />será que vem alguém moralizar isto?<br /><br />Acreditemos que sim com os cravos em punho já que as papoilas são lindas mas muito pouco duradouras.<br /><br />Beijos rubros de esperança num futuro melhorTitehttps://www.blogger.com/profile/01418243936306991704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-32526507899191436632009-04-24T18:36:00.000+01:002009-04-24T18:36:00.000+01:00Pois eu cá tenho calos nas mãos de tanto semear e ...Pois eu cá tenho calos nas mãos de tanto semear e plantar. E não é metáfora ou arremedo literário. À noite tenho que os limar a pedra-pomes para não estragar os pijamas de seda com que me deito.<br /><br />Beijinho e 25 de Abril sempre.<br />R.Rodrigo Fernandes (ex Rodrigo Rodrigues)https://www.blogger.com/profile/13190163107277790391noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-87498035516462149522009-04-24T16:49:00.000+01:002009-04-24T16:49:00.000+01:0025 de Abril Sempre!25 de Abril Sempre!salvocondutohttp://salvoconduto.blogs.sapo.pt/noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-78850946513805238782009-04-24T15:40:00.000+01:002009-04-24T15:40:00.000+01:00As papoilas são lindas...
Os cravos levo-os logo!
...As papoilas são lindas...<br />Os cravos levo-os logo!<br />Abraço.Teresanoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-23660701671834701112009-04-24T15:23:00.000+01:002009-04-24T15:23:00.000+01:00Acho que a minha febre é passageira, mas por muito...Acho que a minha febre é passageira, mas por muito que o termometro suba,declamarei Ary dos Santos.<br /><br /><br />As Portas que Abril Abriu<br />José Carlos Ary dos Santos<br />"Obra poética"<br />Edições Avante 1975 <br />Era uma vez um país <br />onde entre o mar e a guerra <br />vivia o mais infeliz <br />dos povos à beira-terra. <br /><br />Onde entre vinhas sobredos <br />vales socalcos searas <br />serras atalhos veredas <br />lezírias e praias claras <br />um povo se debruçava <br />como um vime de tristeza <br />sobre um rio onde mirava <br />a sua própria pobreza. <br /><br />Era uma vez um país <br />onde o pão era contado <br />onde quem tinha a raiz <br />tinha o fruto arrecadado <br />onde quem tinha o dinheiro <br />tinha o operário algemado <br />onde suava o ceifeiro <br />que dormia com o gado <br />onde tossia o mineiro <br />em Aljustrel ajustado <br />onde morria primeiro <br />quem nascia desgraçado. <br /><br />Era uma vez um país <br />de tal maneira explorado <br />pelos consórcios fabris <br />pelo mando acumulado <br />pelas ideias nazis <br />pelo dinheiro estragado <br />pelo dobrar da cerviz <br />pelo trabalho amarrado <br />que até hoje já se diz <br />que nos tempos do passado <br />se chamava esse país <br />Portugal suicidado. <br /><br />Ali nas vinhas sobredos <br />vales socalcos searas <br />serras atalhos veredas <br />lezírias e praias claras <br />vivia um povo tão pobre <br />que partia para a guerra <br />para encher quem estava podre <br />de comer a sua terra. <br /><br />Um povo que era levado <br />para Angola nos porões <br />um povo que era tratado <br />como a arma dos patrões <br />um povo que era obrigado <br />a matar por suas mãos <br />sem saber que um bom soldado <br />nunca fere os seus irmãos. <br /><br />Ora passou-se porém <br />que dentro de um povo escravo <br />alguém que lhe queria bem <br />um dia plantou um cravo. <br /><br />Era a semente da esperança <br />feita de força e vontade <br />era ainda uma criança <br />mas já era a liberdade. <br /><br />Era já uma promessa <br />era a força da razão <br />do coração à cabeça <br />da cabeça ao coração. <br />Quem o fez era soldado <br />homem novo capitão <br />mas também tinha a seu lado <br />muitos homens na prisão. <br /><br />Esses que tinham lutado <br />a defender um irmão <br />esses que tinham passado <br />o horror da solidão <br />esses que tinham jurado <br />sobre uma côdea de pão <br />ver o povo libertado <br />do terror da opressão. <br /><br />Não tinham armas é certo <br />mas tinham toda a razão <br />quando um homem morre perto <br />tem de haver distanciação <br /><br />uma pistola guardada <br />nas dobras da sua opção <br />uma bala disparada <br />contra a sua própria mão <br />e uma força perseguida <br />que na escolha do mais forte <br />faz com que a força da vida <br />seja maior do que a morte. <br /><br />Quem o fez era soldado <br />homem novo capitão <br />mas também tinha a seu lado <br />muitos homens na prisão. <br /><br />Posta a semente do cravo <br />começou a floração <br />do capitão ao soldado <br />do soldado ao capitão. <br /><br />Foi então que o povo armado <br />percebeu qual a razão <br />porque o povo despojado <br />lhe punha as armas na mão. <br /><br />Pois também ele humilhado <br />em sua própria grandeza <br />era soldado forçado <br />contra a pátria portuguesa. <br /><br />Era preso e exilado <br />e no seu próprio país <br />muitas vezes estrangulado <br />pelos generais senis. <br /><br />Capitão que não comanda <br />não pode ficar calado <br />é o povo que lhe manda <br />ser capitão revoltado <br />é o povo que lhe diz <br />que não ceda e não hesite<br />- pode nascer um país <br />do ventre duma chaimite. <br /><br />Porque a força bem empregue <br />contra a posição contrária <br />nunca oprime nem persegue<br />- é força revolucionária! <br /><br />Foi então que Abril abriu<br />as portas da claridade<br />e a nossa gente invadiu<br />a sua própria cidade. <br /><br />Disse a primeira palavra <br />na madrugada serena <br />um poeta que cantava <br />o povo é quem mais ordena. <br /><br />E então por vinhas sobredos <br />vales socalcos searas <br />serras atalhos veredas <br />lezírias e praias claras <br />desceram homens sem medo <br />marujos soldados «páras» <br />que não queriam o degredo <br />dum povo que se separa. <br /><br />E chegaram à cidade <br />onde os monstros se acoitavam <br />era a hora da verdade <br />para as hienas que mandavam <br />a hora da claridade <br />para os sóis que despontavam <br />e a hora da vontade <br />para os homens que lutavam. <br /><br />Em idas vindas esperas <br />encontros esquinas e praças<br />não se pouparam as feras <br />arrancaram-se as mordaças <br />e o povo saiu à rua <br />com sete pedras na mão <br />e uma pedra de lua <br />no lugar do coração. <br /><br />Dizia soldado amigo <br />meu camarada e irmão <br />este povo está contigo <br />nascemos do mesmo chão <br />trazemos a mesma chama <br />temos a mesma ração <br />dormimos na mesma cama <br />comendo do mesmo pão. <br />Camarada e meu amigo <br />soldadinho ou capitão <br />este povo está contigo <br />a malta dá-te razão. <br /><br />Foi esta força sem tiros <br />de antes quebrar que torcer <br />esta ausência de suspiros <br />esta fúria de viver <br />este mar de vozes livres <br />sempre a crescer a crescer <br />que das espingardas fez livros <br />para aprendermos a ler <br />que dos canhões fez enxadas <br />para lavrarmos a terra <br />e das balas disparadas <br />apenas o fim da guerra. <br /><br />Foi esta força viril<br />de antes quebrar que torcer<br />que em vinte e cinco de Abril<br />fez Portugal renascer. <br /><br />E em Lisboa capital<br />dos novos mestres de Aviz<br />o povo de Portugal<br />deu o poder a quem quis. <br /><br />Mesmo que tenha passado <br />às vezes por mãos estranhas <br />o poder que ali foi dado <br />saiu das nossas entranhas. <br />Saiu das vinhas sobredos <br />vales socalcos searas <br />serras atalhos veredas <br />lezírias e praias claras <br />onde um povo se curvava <br />como um vime de tristeza <br />sobre um rio onde mirava <br />a sua própria pobreza. <br /><br />E se esse poder um dia <br />o quiser roubar alguém <br />não fica na burguesia <br />volta à barriga da mãe. <br />Volta à barriga da terra <br />que em boa hora o pariu <br />agora ninguém mais cerra <br />as portas que Abril abriu. <br /><br />Essas portas que em Caxias <br />se escancararam de vez <br />essas janelas vazias <br />que se encheram outra vez <br />e essas celas tão frias<br />tão cheias de sordidez <br />que espreitavam como espias <br />todo o povo português. <br /><br />Agora que já floriu <br />a esperança na nossa terra <br />as portas que Abril abriu <br />nunca mais ninguém as cerra. <br /><br />Contra tudo o que era velho <br />levantado como um punho <br />em Maio surgiu vermelho <br />o cravo do mês de Junho. <br /><br />Quando o povo desfilou <br />nas ruas em procissão <br />de novo se processou <br />a própria revolução. <br /><br />Mas eram olhos as balas <br />abraços punhais e lanças <br />enamoradas as alas <br />dos soldados e crianças. <br /><br />E o grito que foi ouvido <br />tantas vezes repetido <br />dizia que o povo unido <br />jamais seria vencido. <br /><br />Contra tudo o que era velho <br />levantado como um punho <br />em Maio surgiu vermelho <br />o cravo do mês de Junho. <br /><br />E então operários mineiros <br />pescadores e ganhões <br />marçanos e carpinteiros <br />empregados dos balcões <br />mulheres a dias pedreiros <br />reformados sem pensões <br />dactilógrafos carteiros <br />e outras muitas profissões <br />souberam que o seu dinheiro <br />era presa dos patrões. <br /><br />A seu lado também estavam <br />jornalistas que escreviam <br />actores que se desdobravam <br />cientistas que aprendiam <br />poetas que estrebuchavam <br />cantores que não se vendiam <br />mas enquanto estes lutavam <br />é certo que não sentiam <br />a fome com que apertavam <br />os cintos dos que os ouviam. <br /><br />Porém cantar é ternura <br />escrever constrói liberdade <br />e não há coisa mais pura <br />do que dizer a verdade. <br /><br />E uns e outros irmanados <br />na mesma luta de ideais <br />ambos sectores explorados <br />ficaram partes iguais. <br /><br />Entanto não descansavam <br />entre pragas e perjúrios<br />agulhas que se espetavam <br />silêncios boatos murmúrios <br />risinhos que se calavam <br />palácios contra tugúrios <br />fortunas que levantavam <br />promessas de maus augúrios <br />os que em vida se enterravam <br />por serem falsos e espúrios <br />maiorais da minoria <br />que diziam silenciosa <br />e que em silêncio fazia <br />a coisa mais horrorosa:<br />minar como um sinapismo <br />e com ordenados régios <br />o alvor do socialismo <br />e o fim dos privilégios. <br /><br />Foi então se bem vos lembro <br />que sucedeu a vindima <br />quando pisámos Setembro <br />a verdade veio acima. <br /><br />E foi um mosto tão forte <br />que sabia tanto a Abril <br />que nem o medo da morte <br />nos fez voltar ao redil. <br /><br />Ali ficámos de pé <br />juntos soldados e povo <br />para mostrarmos como é <br />que se faz um país novo. <br /><br />Ali dissemos não passa! <br />E a reacção não passou.<br />Quem já viveu a desgraça <br />odeia a quem desgraçou. <br /><br />Foi a força do Outono <br />mais forte que a Primavera <br />que trouxe os homens sem dono <br />de que o povo estava à espera. <br /><br />Foi a força dos mineiros <br />pescadores e ganhões <br />operários e carpinteiros <br />empregados dos balcões <br />mulheres a dias pedreiros <br />reformados sem pensões <br />dactilógrafos carteiros <br />e outras muitas profissões <br />que deu o poder cimeiro <br />a quem não queria patrões. <br /><br />Desde esse dia em que todos<br />nós repartimos o pão<br />é que acabaram os bodos<br />- cumpriu-se a revolução. <br /><br />Porém em quintas vivendas <br />palácios e palacetes <br />os generais com prebendas <br />caciques e cacetetes <br />os que montavam cavalos <br />para caçarem veados <br />os que davam dois estalos <br />na cara dos empregados <br />os que tinham bons amigos <br />no consórcio dos sabões <br />e coçavam os umbigos<br />como quem coça os galões <br />os generais subalternos <br />que aceitavam os patrões <br />os generais inimigos <br />os generais garanhões <br />teciam teias de aranha <br />e eram mais camaleões <br />que a lombriga que se amanha <br />com os próprios cagalhões. <br />Com generais desta apanha <br />já não há revoluções. <br /><br />Por isso o onze de Março <br />foi um baile de Tartufos <br />uma alternância de terços <br />entre ricaços e bufos. <br /><br />E tivemos de pagar<br />com o sangue de um soldado<br />o preço de já não estar<br />Portugal suicidado. <br /><br />Fugiram como cobardes <br />e para terras de Espanha <br />os que faziam alardes <br />dos combates em campanha. <br /><br />E aqui ficaram de pé <br />capitães de pedra e cal <br />os homens que na Guiné <br />aprenderam Portugal. <br /><br />Os tais homens que sentiram <br />que um animal racional<br />opõe àqueles que o firam <br />consciência nacional. <br /><br />Os tais homens que souberam <br />fazer a revolução <br />porque na guerra entenderam <br />o que era a libertação. <br /><br />Os que viram claramente <br />e com os cinco sentidos <br />morrer tanta tanta gente <br />que todos ficaram vivos. <br /><br />Os tais homens feitos de aço <br />temperado com a tristeza <br />que envolveram num abraço <br />toda a história portuguesa. <br /><br />Essa história tão bonita <br />e depois tão maltratada <br />por quem herdou a desdita <br />da história colonizada. <br /><br />Dai ao povo o que é do povo <br />pois o mar não tem patrões.<br />- Não havia estado novo <br />nos poemas de Camões! <br /><br />Havia sim a lonjura<br />e uma vela desfraldada<br />para levar a ternura<br />à distância imaginada. <br /><br />Foi este lado da história <br />que os capitães descobriram <br />que ficará na memória <br />das naus que de Abril partiram<br />das naves que transportaram <br />o nosso abraço profundo <br />aos povos que agora deram <br />novos países ao mundo. <br /><br />Por saberem como é <br />ficaram de pedra e cal <br />capitães que na Guiné <br />descobriram Portugal. <br /><br />E em sua pátria fizeram <br />o que deviam fazer:<br />ao seu povo devolveram <br />o que o povo tinha a haver:<br />Bancos seguros petróleos <br />que ficarão a render <br />ao invés dos monopólios <br />para o trabalho crescer. <br />Guindastes portos navios <br />e outras coisas para erguer <br />antenas centrais e fios <br />dum país que vai nascer. <br /><br />Mesmo que seja com frio <br />é preciso é aquecer <br />pensar que somos um rio <br />que vai dar onde quiser <br /><br />pensar que somos um mar <br />que nunca mais tem fronteiras <br />e havemos de navegar <br />de muitíssimas maneiras. <br /><br />No Minho com pés de linho <br />no Alentejo com pão<br />no Ribatejo com vinho <br />na Beira com requeijão <br />e trocando agora as voltas <br />ao vira da produção <br />no Alentejo bolotas <br />no Algarve maçapão <br />vindimas no Alto Douro <br />tomates em Azeitão <br />azeite da cor do ouro <br />que é verde ao pé do Fundão <br />e fica amarelo puro <br />nos campos do Baleizão. <br />Quando a terra for do povo <br />o povo deita-lhe a mão! <br /><br />É isto a reforma agrária <br />em sua própria expressão:<br />a maneira mais primária <br />de que nós temos um quinhão <br />da semente proletária <br />da nossa revolução. <br /><br />Quem a fez era soldado <br />homem novo capitão <br />mas também tinha a seu lado <br />muitos homens na prisão. <br /><br />De tudo o que Abril abriu <br />ainda pouco se disse <br />um menino que sorriu <br />uma porta que se abrisse <br />um fruto que se expandiu <br />um pão que se repartisse <br />um capitão que seguiu<br />o que a história lhe predisse <br />e entre vinhas sobredos <br />vales socalcos searas <br />serras atalhos veredas <br />lezírias e praias claras <br />um povo que levantava <br />sobre um rio de pobreza <br />a bandeira em que ondulava <br />a sua própria grandeza! <br />De tudo o que Abril abriu <br />ainda pouco se disse <br />e só nos faltava agora <br />que este Abril não se cumprisse. <br />Só nos faltava que os cães <br />viessem ferrar o dente <br />na carne dos capitães <br />que se arriscaram na frente. <br /><br />Na frente de todos nós <br />povo soberano e total <br />que ao mesmo tempo é a voz <br />e o braço de Portugal. <br /><br />Ouvi banqueiros fascistas <br />agiotas do lazer <br />latifundiários machistas <br />balofos verbos de encher <br />e outras coisas em istas <br />que não cabe dizer aqui <br />que aos capitães progressistas <br />o povo deu o poder! <br />E se esse poder um dia <br />o quiser roubar alguém <br />não fica na burguesia<br />volta à barriga da mãe! <br />Volta à barriga da terra <br />que em boa hora o pariu <br />agora ninguém mais cerra <br />as portas que Abril abriu! <br /><br />Abraço AmigoAlberto Davidhttps://www.blogger.com/profile/00006399461142104272noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-7184452058263917552009-04-24T15:16:00.000+01:002009-04-24T15:16:00.000+01:00Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trev...Era um Abril de amigo Abril de trigo<br />Abril de trevo e trégua e vinho e húmus<br />Abril de novos ritmos novos rumos. <br /><br />Era um Abril comigo Abril contigo<br />ainda só ardor e sem ardil<br />Abril sem adjectivo Abril de Abril. <br /><br />Era um Abril na praça Abril de massas<br />era um Abril na rua Abril a rodos<br />Abril de sol que nasce para todos. <br /><br />Abril de vinho e sonho em nossas taças<br />era um Abril de clava Abril em acto<br />em mil novecentos e setenta e quatro. <br /><br />Era um Abril viril Abril tão bravo<br />Abril de boca a abrir-se Abril palavra<br />esse Abril em que Abril se libertava. <br /><br />Era um Abril de clava Abril de cravo<br />Abril de mão na mão e sem fantasmas<br />esse Abril em que Abril floriu nas armas. <br /><br />Manuel AlegreAlberto Davidhttps://www.blogger.com/profile/00006399461142104272noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-78434133464013934892009-04-24T14:16:00.000+01:002009-04-24T14:16:00.000+01:00Cantemos...
à primavera em nós...
a Abril para tod...Cantemos...<br />à primavera em nós...<br />a Abril para todos...<br />com olhos nas papoilas no campo e cravo ao peito!<br /><br />BjSendyourlovehttps://www.blogger.com/profile/06702928090010757602noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-71212500520087287002009-04-24T14:00:00.000+01:002009-04-24T14:00:00.000+01:00Estou a ouvir-te, no coro:))
Que belas, as papoila...Estou a ouvir-te, no coro:))<br />Que belas, as papoilas - que eu também semeei no meu quintal..Justinehttps://www.blogger.com/profile/05661331369465052900noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-33381975.post-33727746093245627422009-04-24T13:04:00.000+01:002009-04-24T13:04:00.000+01:00Cantemos e semeemos!
:) Abraço meu em ti.Cantemos e semeemos!<br /><br />:) Abraço meu em ti.Arábicahttps://www.blogger.com/profile/00313037682985512769noreply@blogger.com